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Cível Domingo, 17 de Março de 2019, 10:25 - A | A

17 de Março de 2019, 10h:25 - A | A

Cível / Risco de vida

Juiz obriga o Estado a transferir para UTI criança que ingeriu soda cáustica

A decisão liminar atendeu ao pedido da Defensoria Pública, mas a informação é de que não há vaga no sistema

Da Redação



O juiz Jean Louis Maia Dias, da Comarca de Água Boa, obrigou o Estado a transferir uma criança de um ano e um mês, que está internada no Hospital Regional da cidade, em estado grave e com risco de perder a vida, para uma Unidade de Terapia Intensiva.

Ela ingeriu soda cáustica e sofreu queimaduras, internas e externas na boca, além do esôfago e estômago, o que a impossibilita de se alimentar.

A decisão liminar atendeu ao pedido da Defensoria Pública. Porém a informação é de que não há vaga no sistema.

O defensor que atua no caso, Rodrigo Machado Fonseca, afirmou que a situação é desesperadora.

“O médico nos relatou que a situação dela é muito grave em decorrência dos ferimentos e que, em consequência deles, ela está impossibilitada de se alimentar desde quinta-feira (14/3), quando tudo aconteceu. Diante disso, os médicos a estão mantendo hidratada e ministrando vitaminas. É só o que podem fazer”, relatou.

O médico que atende a criança, Humberto Jesus Romio, disse que outra das preocupações é que uma cicatrização ocorra, sem a devida intervenção e tratamento, e isso cole os dois lados do esôfago da criança.

“A família está em desespero e a única coisa que pedem é que o Estado agilize a transferência. Já fizemos o que podíamos e não conseguirmos resolver, a sensação é de impotência, de estarmos de mãos atadas”, frisou.

O defensor destacou que já solicitou orçamento de um hospital no Estado de Goiás, para poder entrar com o pedido de bloqueio de bens do Governo do Estado de Mato Grosso, para que, em caso positivo, consiga a transferência para uma unidade hospitalar privada. Mas, ele ressaltou que o hospital está sem vagas.

"Essa medida é uma alternativa, porém, temo que seja muito demorada. O necessário é que a transferência seja feita o mais rápido possível. Vamos continuar tentando nos municípios maiores de Mato Grosso e em estados vizinhos. Porém, avaliamos que conseguir esse bloqueio no final de semana, será difícil", avaliou.

O caso chegou à Defensoria na sexta-feira (15), depois que os pais perceberam que apenas administrativamente, não conseguiriam socorro adequado para a filha. O defensor público entrou com uma ação de obrigação de fazer, com pedido de liminar e a decisão do juiz, determinando a transferência, saiu às 20h de sexta-feira (15).

“Assim que pegamos a decisão, informamos a equipe de regulação de Cuiabá e Várzea Grande, mas eles nos disseram que não há vaga e que só poderão determinar a ida da criança, se houver liberação. Do contrário, dizem que não há o que fazer”, conta o defensor.

O hospital Regional de Água Boa não conta com UTI.

LEIA AQUI A DECISÃO (Com informações da Assessoria da Defensoria Pública)