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Opinião Domingo, 07 de Outubro de 2018, 08:00 - A | A

07 de Outubro de 2018, 08h:00 - A | A

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Eleições 2018: o que devemos fazer?

Nós, eleitores, devemos nos lembrar de que todo poder – consagrado na Carta Magna - emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, diretamente

Márcio Vidal



Do que se sabe da histórica política do Brasil, o tempo presente tem sido acaçapante. Não há notícia de que, na sua trajetória, houve um momento político tão grave, tão vexatório, tão marcado pela desconfiança nas instituições, públicas e privadas, pela falta de ética, pela falta de escrúpulos, seja da parte de “autoridades” legalmente constituídas, seja da parte do grande empresariado, dono de tudo.

Este estado de coisas, inteiramente inédito no Brasil e, pelo que se sabe, no planeta, faz crer que o país está à beira de um colapso, de um “apagão” de grandes proporções, algo semelhante a um cataclismo, a uma catástrofe ou ao apocalipse. Quiçá, menos: o fim de uma era.

A desesperança começa a tornar embaçada a visão de horizontes promissores, não só para o futuro próximo, mas para o Estado que se legará às novas gerações. Que país é esse? Que gente é essa que parece, por vezes, permanecer impassível, conformada, inerte, diante de todo esse desmoronamento que atinge suas instituições mais básicas?

Urge sejam feitas mudanças que exigem reformas. A bandeira quase consensual – Reformas já! – ecoa, de quando em vez, em gritos ensurdecedores, Brasil afora.

Nós, eleitores, devemos nos lembrar de que todo poder – consagrado na Carta Magna - emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, diretamente.

Então, eleitores! Aproxima-se o momento em que podemos, pelo voto, decidir pela concretização das reformas necessárias. Somos todos agentes da mudança, não apenas quando depositamos nossas escolhas nas urnas eletrônicas, mas, também, quando nos conscientizamos de que o voto não tem preço, pois os vales-combustíveis, oferecidos, podem custar a carência de creches e escolas a que temos direito.

Precisamos utilizar a inteligência, de que somos, todos, naturalmente dotados, para entender que não basta o resultado imediato do recebimento de benesses, mas que nossa atitude de hoje pode comprometer a nossa vida nos próximos anos, assim como a de nossos filhos e netos.

Precisamos nos lembrar, também, de que a nossa responsabilidade de eleitores não se exaure quando os candidatos são diplomados, mas permanece durante todo o seu mandato, pois eles são nossos representantes e, nessa condição, devem permanecer comprometidos conosco e com as propostas de campanha que nos apresentaram, além do que devem prestar contas de seu trabalho e por ele responsáveis.

Nos palcos da vida política da nossa sociedade, somos todos atores, por vezes, principais, por vezes coadjuvantes, e não meros expectadores, como nos querem fazer crer. Assumamos, por isso mesmo, as nossas escolhas, baseadas estas na análise das ideias, dos ideais e das ideologias dos partidos políticos, assim como na vida pregressa e nos feitos de cada candidato, de forma consciente e lúcida... Busquemos a verdade para evitar sermos ludibriados por promessas vazias ou notícias falsas.

Vale recordar, ainda, que o legislador é o grande e excepcional engenheiro da criação das regras de organização da sociedade, portanto, cabe valorizar, também, o voto nos parlamentares.

No Estado Democrático de Direito, não é admissível atribuir superpoderes ao Executivo, em detrimento das outras pilastras estatais (Legislativo e Judiciário), constitucionalmente igualitários, pois, cumpre ao Poder Executivo a função de operacionalizar a logística que implementa o funcionamento da máquina criada e regulada pelo Poder Legislativo, com seu produto legal e legitimado, aplicado sob o controle do Poder Judiciário.

Entender bem essa equação é essencial para o pleno exercício do direito e do dever de votar na escolha, consciente e responsável, dos legítimos representantes, elegíveis, do povo junto aos aparelhos do Estado.

Não nos esqueçamos de que um eleitorado desorientado é facilmente logrado!

Por fim, e bem a propósito, recordemos aqui as sábias palavras do saudoso Desembargador Antônio Rulli Júnior:

Ser pessoa é fácil, difícil é ser CIDADÃO.

Márcio Vidal é Desembargador e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso