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Penal Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2019, 09:27 - A | A

02 de Dezembro de 2019, 09h:27 - A | A

Penal / OPERAÇÃO BERERÉ

STJ nega pedido e Savi segue investigado por suposta participação em esquema

O STJ negou pedido da defesa do ex-deputado, que pretendia anular a investigação do esquema no Detran

Lucielly Melo



A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, negou o agravo regimental do ex-deputado estadual, Mauro Savi, que buscava anular a investigação oriunda da Operação Bereré, que apura um suposto rombo de R$ 30 milhões causado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).

A decisão colegiada foi dada na última semana, mas o acórdão ainda não foi disponibilizado.

A defesa recorreu ao Superior Tribunal em 2018, quando Savi ainda estava no cargo de deputado, alegando que a investigação sobre o caso teria iniciado em 2013, sem a devida autorização do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), órgão competente para determinar a apuração contra agente que detém foro privilegiado.

Com isso, a defesa alegou “usurpação de competência” do TJ, fator este que teria prejudicado o inquérito e as provas produzidas a partir dele.

“É o caso da aplicação da teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree), cujo cabimento nos autos é incontestável”.

Em pedido liminar, pediu a suspensão do inquérito – o que foi negado pela ministra Laurita Vaz, responsável pela relatoria do agravo no STJ.

No último dia 26, o mérito do agravo foi levado a julgamento, quando a Sexta Turma desproveu o pedido de nulidade da investigação e das provas elaboradas.

“A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora”, diz trecho do resultado do julgamento.

Operação Bereré

A Operação Bereré investigou um esquema de pagamento de propinas no Detran, que teria desviado R$ 30 milhões em dinheiro público.

Na segunda fase da operação, denominada “Bônus”, Savi, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão e sócio, Pedro Jorge Taques, o ex-diretor da EIG, José Valter Kobori, o empresário e Roque Anildo Reinheimer e, Claudemir Pereira dos Santos acabaram presos.

Segundo as investigações, os desvios ocorreram a partir do contrato do Detran firmado com a empresa EIG Mercados Ltda.

Após a operação, o Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra os alvos da Bônus e mais 52 pessoas, entre elas deputados, ex-políticos e empresários. Além de responderem por constituição de organização criminosa, os denunciados são acusados dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitação.

Na denúncia, foram apresentados 37 fatos ocorridos entre os anos de 2009 a 2016, que vieram à tona a partir de colaborações premiadas com de Teodoro Moreira Lopes, o “Dóia”e com os sócios proprietários da empresa FDL (atualmente EIG Mercados), José Ferreira Gonçalves e José Ferreira Gonçalves Neto.

O processo foi desmembrado e os agentes que não possuíam foro privilegiado passaram a responder as acusações na primeira instância.

O TJ permaneceu apenas com a denúncia relacionada aos alvos da Bônus, que acabaram virando réus.

Neste mês de outubro, o Órgão Especial do TJ entendeu por enviar o caso para à Justiça Eleitoral, uma vez que há indícios de que o dinheiro desviado tenha financiado dívidas de campanha política do ex-governador Silval Barbosa e de Savi.