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Cível Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2019, 14:34 - A | A

16 de Janeiro de 2019, 14h:34 - A | A

Cível / AÇÃO CIVIL PÚBLICA

MP aciona hospital por jogar efluentes sem tratamento em córrego de Cuiabá

Além do Hospital Universitário Júlio Muller, foram alvos do processo a UFMT, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e o Município de Cuiabá

Da Redação



Irregularidades verificadas no sistema de tratamento de efluentes do Hospital Universitário Júlio Muller e a ausência das licenças ambientais necessárias para o seu funcionamento levaram o Ministério Público do Estado (MPE) a ingressar ação civil pública contra a unidade hospitalar, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH e o Município de Cuiabá.

Na ação, que tramita na Justiça Federal, o promotor de justiça, Gerson Barbosa, destacou que os efluentes da referida unidade hospitalar estão sendo lançados irregularmente no córrego Canjica. Fiscalização realizada pela Companhia de Saneamento de Água e Esgoto (Sanecap) comprova que o sistema de tratamento de esgoto do hospital está operando em total ineficiência.

Conforme o promotor de justiça, antes de ingressar com ação, o Ministério Público tentou solucionar o problema por meio de Termo de Ajustamento de Conduta. Na ocasião, o Estado de Mato Grosso se dispôs a pagar a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto no local, mas, para isso, necessitaria de projeto.

Gerson frisou, no entanto, que “o projeto não foi executado porque, absurdamente, a UFMT, por intermédio da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia cobrou do Hospital Universitário Júlio Muller cerca de R$ 1 milhão apenas para elaborar o projeto para construção da ETE”.

Sem alvarás

Além das irregularidades relacionadas ao sistema de tratamento de esgoto e licenciamento ambiental, o hospital também não possui alvará de prevenção contra incêndio e pânico, plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e alvará sanitário. Também utiliza poço tubular como licença de operação vencida.

“O licenciamento ambiental é essencial para funcionamento de qualquer estabelecimento, e em se tratando de um hospital, com elevado número de atendimentos diários, torna ainda mais grave a ausência de licenças e autorizações”, destacou.

População prejudicada

O promotor de Justiça ressaltou que “se medidas não forem adotadas para promover o tratamento de efluentes produzidos pelo Hospital, bem como evitar o lançamento de resíduos no córrego Canjica, em poucos anos a sociedade cuiabana terá que lidar com a contaminação generalizada dos córregos da cidade, comprometendo o abastecimento de água na capital”.

Na ação, o MPMT requer, em síntese, ao Poder Judiciário que os requeridos sejam condenados a não procederem ao lançamento de efluentes de esgoto sem tratamento. Além disso, deverão adotar as medidas necessárias para obtenção das licenças para funcionamento; elaboração e execução de plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e execução do tamponamento do poço tubular existente no Hospital Universitário Júlio Muller. (Com informações da Assessoria do MPE)