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Empresarial Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2018, 15:48 - A | A

25 de Janeiro de 2018, 15h:48 - A | A

Empresarial / ÁREA REINTEGRADA A JPUPIN

Eraí Maggi perde na Justiça fazenda avaliada em R$ 50 milhões após leilão ser anulado

De acordo com os autos, a empresa de Eraí, o Grupo Bom Futuro, deve deixar o local até o próximo dia 31, inclusive fazer a colheita da seja plantada no local

Da Redação



O empresário Eraí Maggi, dono do Grupo Bom Futuro, perdeu na Justiça uma fazenda avaliada em R$ 50 milhões, após o leilão em que adquiriu a área ser anulado.

A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que decidiu reintegrar ao Grupo JPupin o imóvel que está localizado no município de Campo Verde (a 140 km de Cuiabá).

Conforme a decisão dada pelo desembargador Carlos Henrique Abrão, o Bom Futuro, que ocupa a fazenda, deve retirar seus pertences do local, assim como fazer a colheita da soja plantada na propriedade, até o próximo dia 31.

“De imediato, comunique-se, via eletrônica, por meio digital ao douto juízo sobre o efeito suspensivo concedido suspendendo a prática dos atos processuais, com a ressalva da finalização da colheita para o final de 31 de janeiro de 2018, exclusiva e tão somente”, diz parte da decisão.

Leilão anulado

O leilão, anulado em outubro do ano passado, tinha sido realizado em julho de 2017, para o pagamento de uma dívida com o Banco Santander.

Embora a fazenda tenha sido avaliada com preço de mercado de aproximadamente R$ 90 milhões, foi arrematada por R$ 50 milhões por Eraí Maggi, que financiou o valor com o próprio Santander, com 10 anos para pagamento e juros de 2% ao ano.

“Com esta última decisão da Justiça Paulista dificilmente o Santander e o Grupo Bom Futuro terão como reverter a reintegração de posse”, explicou o advogado do Grupo JPupin, Sandro Ticianel.

Processo

No início do último mês de dezembro, o Grupo JPupin entrou com pedido de reintegração de posse, que foi concedido pelo juízo da Sétima Vara do Foro Central de São Paulo.

O Grupo Bom Futuro, então, pediu a reconsideração da decisão, que também foi concedida pelo mesmo juízo.

Até que os advogados do JPupin entraram com uma reclamação no TJSP, que foi acatada pelo desembargador Carlos Henrique Abrão. O desembargador determinou, ainda, que qualquer ação em relação a fazenda Marabá seja encaminhada diretamente para ele, não cabendo mais decisões do juiz de primeira instância.

O advogado da JPupin, Sandro Ticianel, destacou que o crédito com o banco Santander (que gerou o leilão anulado) está listado na Recuperação Judicial da JPupin, previsto portando no calendário de pagamentos dos créditos estipulados na ação da Recuperação, já oficializada na Justiça.

“O que nós contestamos todo o tempo foi a atuação do banco Santander e nunca do Grupo Bom Futuro. O Santander levou a fazenda a leilão, de forma irregular, sem considerar a Recuperação Judicial. O banco estava errado, tanto que o leilão foi anulado”, afirmou o CEO do Grupo JPupin, Marcio Felix Rosa.

O CEO ressaltou, ainda, que não se trata apenas da reintegração da fazenda que é de suma importância para a restabelecimento do grupo dentro do processo de Recuperação Judicial, mas de uma área adquiria há mais de 25 anos por José Pupin.

“Esta fazenda, muito além do seu valor financeiro para o Grupo, tem a sede do Instituto Antônio Pupin que investe em aulas gratuitas de jiu-jítsu para todos os funcionários do complexo Marabá entre outras recreações, promovendo a inclusão social dos jovens”, pontuou Felix.

Entenda o caso

Na ação que anulou o leilão da fazenda Marabá, o JPupin demonstrou que o procedimento estava com diversas irregularidades, entre elas, que não teria sido intimado sobre a penhora do bem; os advogados do empresário também não teriam sido notificados em tempo hábil sobre a designação do leilão, entre outros argumentos.

O acordo judicial firmado entre o Santander e a empresa previa que, em caso de inadimplência, o bem dado em garantia seria adjudicado pelo Santander, hipótese em que as partes elegeriam um avaliador para a fazenda, que, então, deveria ser adquirida pelo Santander pelo valor de avaliação. Mas o juiz da Sétima Vara do Foro Central de São Paulo desconsiderou este ponto e levou a fazenda a leilão.

Ao acatar a ação judicial do Grupo JPupin, a Justiça Paulista, além de anular o leilão, também aplicou uma multa ao Santander por ofender o relator da ação e determinou que todo processo fosse encaminhado ao Ministério Público Estadual, para investigar a conduta do Santander neste caso.

A multa aplicada ao banco foi de 5% sobre o valor pelo qual a fazenda Marabá foi leiloada, ou seja, de aproximadamente R$ 2,5 milhões.