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Penal Quarta-feira, 14 de Fevereiro de 2018, 14:52 - A | A

14 de Fevereiro de 2018, 14h:52 - A | A

Penal / Caso Irmãos Araújo

Ex-policial militar vai a júri popular pela morte de agricultores em MT

O julgamento está marcado para às 8h30, no Tribunal do Júri de Rondonópolis

Da Redação



O ex-soldado da Polícia Militar, Célio Alves de Souza, será julgado na próxima segunda-feira, (19), em Rondonópolis, pela coautoria nos assassinatos dos agricultores Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, ‘Irmãos Araújo’. O julgamento está marcado para às 8h30, no Tribunal do Júri do município.

O primeiro crime aconteceu no dia 10 de agosto de 1999, onde Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules Araújo Agostinho (Cabo Hércules), e executado a tiros de pistola em pleno centro de Rondonópolis. O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, onde José Carlos foi executado, também a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento da agência central do Banco Bradesco, no centro de Rondonópolis. Em ambos os casos Célio Alves ajudou o pistoleiro Hércules Agostinho.

De acordo com as provas produzidas nos autos, os assassinatos dos Irmãos Araújo foram motivados pela disputa judicial de uma fazenda de 2.175 hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho, que fica a 70 km quilômetros de Rondonópolis, em direção a Campo Grande (MS), objeto de negócio mal sucedido entre José Carlos e Sérgio Marchett, realizado em 1988, cuja demanda até hoje se arrasta na Justiça.

O pistoleiro confesso e já condenado, Hércules de Araújo Agostinho, apontou como mandantes dos crimes os proprietários da empresa ‘Sementes Mônica’, mesmos proprietários da Agropecuária Marchett LTDA, Sérgio João Marchett e sua filha Mônica Marchett, a qual inclusive, chegou a ficar presa por alguns dias.

Uma das provas que incriminam diretamente os mandantes foi a transferência de um veículo Gol, de propriedade da empresa “Mônica Armazéns Gerais LTDA” para um dos executores, o ex-soldado PM Célio Alves, dado como forma de pagamento pelas mortes, sendo que o pistoleiro Hércules ainda reconheceu o escritório da empresa como o local onde foram pegar a documentação do veículo.

Confissão do pistoleiro

Os crimes começaram a ser desvendados em setembro de 2003 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), quando o cabo Hércules, preso para responder pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, confessou espontaneamente a participação no assassinato dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo.

‘Cabo Hércules’ não só assumiu os assassinatos dos irmãos de Rondonópolis, como participou da reconstituição dos crimes, apontou como coexecutores Célio Alves, o ex-sargento da PM, José Jesus de Freitas (morto pelos acusados Hércules e Célio), o capitão da PM, Marcos Divino, como também apontou a família Marchett como mandantes dos crimes.

Reconstituição dos crimes

No dia 25 de outubro de 2003 foi realizada a reconstituição dos dois crimes ocorridos em Rondonópolis, o laudo da reconstituição foi concluído no sentido de que “não houve divergência em pontos cruciais para elucidação do caso”, possuindo 136 fotos que ilustram a dinâmica adotada pelo ex-cabo Hércules Agostinho para executar os dois irmãos.

O laudo diz ainda que há compatibilidade entre as informações dadas pelo ex-cabo em seus depoimentos e a reconstituição dos crimes. Da mesma forma, os ferimentos encontrados em ambas as vítimas são compatíveis com a arma usada por Hércules, uma pistola de nome milímetros. Na ocasião, Hércules reconheceu e apontou a Sementes Mônica, empresa da família Marchett, como o local em que ele e o ex-soldado Célio Alves receberam um veículo Gol como pagamento pela execução dos dois irmãos Araújo.

O Inquérito Policial concluiu como mandantes dos homicídios de Brandão e José Carlos, o empresário Sérgio Marchett e a filha Mônica Marchett.