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Penal Sexta-feira, 09 de Março de 2018, 12:58 - A | A

09 de Março de 2018, 12h:58 - A | A

Penal / grampolândia pantaneira

Rogers diz que Selma foi ludibriada por delegados ao autorizar "barriga de aluguel"

Ele afirmou que a Operação Querubim foi uma farsa, já que não existia a possibilidade de suposto atentado de ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro contra a vida do governador Pedro Taques e do ex-secretário Paulo Taques

Antonielle Costa e Lucielly Melo



O ex-secretário de Segurança Pública, delegado Rogers Jarbas, afirmou que a juíza Selma Rosane, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, foi ludibriada pelos delegados Alessandra Saturnino, Alana Cardoso e Flávio Stringueta para autorizar interceptações de números telefônicos na Operação Querumbim.

A Operação Querubim foi deflagrada em 2015 para apurar suposto atentado vindo do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro contra a vida do governador Pedro Taques e do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.

A afirmação do delegado foi feita durante oitiva dos grampos ilegais ocorrida nesta sexta-feira (9), na 11ª Vara da Justiça Especializada Militar. Ele foi ouvido pelo juiz Murilo Mesquita na condição de testemunha do cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa Júnior.

De acordo com Jarbas, tudo isso teria começado com uma ilegalidade praticada por Alessandra e Alana, quando tiveram conhecimento desse possível atentado que colocaria em risco a vida de Pedro e Paulo Taques.

O ex-secretário contou que as duas delegadas tramaram junto com Stringuetta, uma operação, que para ele foi uma farsa, pois a Alana já tinha conhecimento que não havia a existência do atentado a partir das informações que ela apurou por determinação de Alessandra.

Em seu depoimento, Jarbas afirmou que tem casos de delegados que agem para enganar promotores de justiça e juízes, e que alguns fazem isso por uso pessoal.

Na oitiva, o ex-secretário acrescentou que o delegado Flávio Stringueta, quando deflagrou a Operação Querumbim deu conta da ilegalidade praticadas pelas delegadas, pois ele também sabia que não corria risco algum contra a vida do governador e do ex-secretário.

Ele sugeriu ainda que o ex-secretário de Segurança, Mauro Zaque, também tinha conhecimento dos fatos, já que Alessandra  era pessoa de sua extrema confiança. 

Investigações na Sesp

Ainda em seu depoimento, o delegado explicou que antes de assumir a Sesp, o órgão era utilizado como local de investigação, tendo a Operação Fortis conduzida dentro da instituição, esta por sua vez foi deflagrada antes da Querubim, para combater crimes cometidos a mando de presidiários. 

Nessa operação, a ex-amante de Paulo Taques também foi grampeada, tendo a interceptação prosseguida na Querubim. 

Jarbas disse que quando viu a situação, entendeu ser ilegal e “acabou com isso lá dentro”.

“Quando detectei as investigações dentro da Secretaria, mandei parar e encaminhei para um órgão competente”, disse.

Depoimentos contradizentes

Em alguns momentos da audiência, Jarbas contrapôs ao depoimento de Alessandra Saturnino sobre questões relacionadas do acesso ao gabinete do secretário da Sesp, na ocasião em que os advogados de Gerson Corrêa Júnior questionaram de como a denúncia foi parar na mesa de Paulo Taques.

Já em relação ao depoimento de Alana, que havia alegado ter sido coagida por Jarbas, ele rebateu dizendo que ela foi espontaneamente depor para se resguardar e que apenas assinou sua declaração.