Lucielly Melo
Após ter o pedido de recuperação judicial deferido, o Grupo Dismafe, constituído por nove empresas, tem cinco dias para apresentar relação nominal dos credores, os quais a corporação acumula quase R$ 40 milhões em dívidas.
A determinação consta no despacho do juiz Claudio Roberto Zeni Guimarães, da 1ª Vara Cível de Cuiabá.
Em sua decisão, o magistrado mandou que o grupo discriminasse na relação o valor e a classificação de cada crédito. De acordo com ele, essas informações devem “evitar demora na elaboração do edital, fato que pode comprometer a eficácia do processo de recuperação judicial”.
Assim que for apresentada a relação, os credores serão notificados para se manifestarem suas habilidades ou suas divergências quanto aos créditos relacionados, para que posteriormente, as empresas recuperandas providenciem a publicação comprovando nos autos.
Dívida milionária
O Grupo Dismafe é composto pelas empresas Dismafe Distribuidora de Máquinas e Ferramentas S/A, Lumiral Comércio, Importação e Exportação S/A, Lumem Consultoria, Construções e Comércio Ltda., Equimaf S/A Equipamentos, Máquinas e Ferramentas, Tecnovia S/A Armazéns Gerais, Total Comércio e Representação S/A, Acquavix Ambiental Engenharia Ltda., Ventura S/A Participações e Investimentos e Agrupar S/A Participações e Investimentos.
A corporação, que atua no mercado há mais de 35 anos, entrou em recuperação judicial por possuir débito de R$ 39.885.762,79 milhões entre credores trabalhistas, quirografários, com garantias reais, microempresas e empresas de pequeno porte.
Uma das razões que as levou o grupo ao endividamento milionário foi a falta de recebimento de crédito do Estado diante da crise econômica. As empresas que prestaram serviços para o governo anterior ficaram seis meses sem receber o pagamento, o que teria acarretado uma “cascata de inadimplência".
Outro fator que deixou o grupo com déficit foi que algumas empresas, que eram seus clientes, entraram em recuperação judicial ou tiveram suas atividades paralisadas, deixando grandes valores a pagar.
A crise no setor da construção civil e o saneamento básico também foram fundamentais para a Dismafe entrar em recuperação, já que vários contratos para construções de imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida”, atrasaram as medições de obras e por consequente atingiram também os pagamentos de etapas já concluídas.