Lucielly Melo
A ação de investigação eleitoral interposta pelo candidato não eleito a senador de Mato Grosso, Carlos Fávaro, contra a senadora eleita Selma Arruda, trouxe novas informações que reforçam os indícios de que a campanha da adversária foi baseada em ilicitudes e “caixa 2”.
No processo, a defesa de Fávaro trouxe uma cópia de um cheque emitido e assinado pelo primeiro suplente da chapa, Gilberto Eglair Possamai, no valor de R$ 150 mil em favor da Genius Publicidade – empresa que foi contratada para produzir serviços de marketing da campanha.
A irregularidade no fato, segundo Fávaro, é de que o documento foi emitido no dia 7 de agosto, logo após as convenções partidárias e não consta na prestação de contas da candidata eleita, configurando “caixa 2”.
Em outras palavras: constata-se a existência de uma contabilidade paralela, com pagamentos realizados para contratação de serviços de campanha, sem emissão de Notas Fiscais, ou seja, alheia aos controles e fiscalização da Justiça Eleitoral, constituindo, assim, além de conduta vedada, um desequilíbrio na disputa eleitoral
“O referido cheque foi emitido pelo primeiro suplente, Sr. Gilberto Eglair Possamai. Eis a gravidade da emissão: este pagamento não ocorreu por meio da conta oficial da Campanha da Candidata Juíza Selma, o que também configura violação ao §2º do art. 30-A da Lei 9.504/97”, diz trecho da ação.
“Em outras palavras: constata-se a existência de uma contabilidade paralela, com pagamentos realizados para contratação de serviços de campanha, sem emissão de Notas Fiscais, ou seja, alheia aos controles e fiscalização da Justiça Eleitoral, constituindo, assim, além de conduta vedada, um desequilíbrio na disputa eleitoral”.
Inclusive, segundo a defesa Fávaro, o dono da Genius chegou a informar que precisou descontar o cheque um mês antes do previsto para pagar funcionários, com autorização de Possamai.
O caso tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), que vai analisar e jugar os pedidos contidos na ação.
Suspeita
Essa não é a primeira vez que Possamai é acusado de custear os gastos da campanha de Selma.
Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral, movido pelo adversário de Selma, Sebastião Carlos, que também disputava uma vaga no Senado Federal, a procuradora regional eleitoral, Cristina do Nascimento Melo pediu a quebra de sigilo bancário tanto da senadora eleita quanto de seu suplente, para comprovar se Possamai era quem financiava as contas da campanha.
Há indícios de que o suplente repassava o valor à conta bancária de Selma, que por sua vez emitia os cheques para pagamento de dívidas da campanha.
Mas, desta vez, a defesa de Fávaro trouxe uma cártula emitida pelo próprio Possamai.