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Penal Quarta-feira, 20 de Setembro de 2017, 07:30 - A | A

20 de Setembro de 2017, 07h:30 - A | A

Penal / Operação ventríloquo

Advogado que omitiu informações sobre deputado deve ter delação anulada

Os promotores do Gaeco ainda requereram pelo cancelamento de todos os benefícios do acordo, além de oferecer denúncia pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato

Da Redação



Os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) ingressaram com um pedido na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, para anular o acordo de colaboração feito com o advogado Joaquim Fábio Mielli, delator na primeira fase Operação Ventríloquo, após ele ter omitido fatos ilícitos para proteger o deputado estadual Romoaldo Júnior.

Segundo os promotores, ao formalizar o termo, Mielli estava ciente de que uma vez comprovado de que ele sonegasse a verdade ou mentisse em relação aos fatos investigados, o acordo perderia a validade e seria rescindido para todos os efeitos.

O Gaeco explicou que, a partir de conversas ambientais gravadas pelo também colaborador Julio César Domingues rodrigues com os interlocutores Romoando Júnior e Joaquim Fábio, ficou comprovado o envolvimento do parlamentar no esquema criminoso e a certeza de que o advogado tinha conhecimento dessas informações e da participação do deputado nos atos ímprobos que são investigados.

Com a rescisão do acordo, o Gaeco requereu o cancelamento de todos os benefícios propostos inicialmente ao advogado Joaquim Fábio e oferecerá denúncia pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.

Operação Ventríloquo

A Operação Ventríloquo, deflagrada no ano passado, teve o objetivo de desmantelar uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa e que teria desviado recursos públicos.

Consta na denúncia, que entre os anos de 2013 e 2014 “os investigados junto com parlamentares estaduais constituíram uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas com um único objetivo: saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso”.

No mesmo período os acusados teriam ocultado e dissimulado a natureza e a origem dos valores provenientes da infração penal cometendo o crime de lavagem de capitais.

Na época, a AL contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.

Na época os promotores concluíram que entre os meses de fevereiro à abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.