Antonielle Costa
A defesa do ex-chefe de gabinete Silvio Cezar de Araújo, patrocinada pelo advogado Victor Alípio Borges, voltou a requerer a revogação da prisão dele nos autos da Operação Sodoma II e para tanto citou a liberdade do ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, do empresário Alan Malouf, réu na Operação Rêmora e de 14 membros do Comando Vermelho.
Borges destacou que Nadaf foi apontado pelo Ministério Público Estadual como um dos ‘cabeças’ da suposta organização criminosa criada para dilapidar o erário na gestão passada do Governo do Estado, mas hoje goza de liberdade e inclusive passou o réveillon em Copacabana no Rio de Janeiro.
No outro exemplo, o advogado consignou que em que pese não tenha sido a juíza Selma Rosane quem decidiu pela liberdade de Alan Malouf, a Justiça é una e deve evitar decisões conflitantes. Citou que o empresário foi preso por suposto envolvimento em um esquema de fraudes na secretaria de Estado de Educação (Seduc) na atual gestão.
Quanto a soltura de membros do Comando Vermelho, a defesa lembrou que foi uma decisão de ofício e parte dos indivíduos colocados em liberdade foram condenados por crimes hediondos.
Para justificar seu pedido, Borges destacou que a instrução se encerrou, já que ontem (13) foi interrogado o último réu dos autos. Para ele, isso representa um novo quadro processual e revela a desnecessidade da prisão de Silvio Cezar.
Frisou ainda que os motivos ensejadores do decreto prisional não mais subsistem e que a prisão de Silvio Cezar ganha fortes contornos de definitiva, chegando a ser desumana.
O advogado criticou o fato de réus confessos terem conseguido revogar suas prisões e os demais não.
“A aparência que se tem é que apenas quem confessa, quem se inclina para acusação consegue a liberdade”, destacou durante audiência na 7ª Vara Criminal.
Figura folclórica
Borges disse que seu cliente já virou uma figura folclórica e que por ter sido chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) entrará em todos os casos que o ex-gestor estiver envolvido.
Para ele, isso é um “disparate de insensatez“.
Despacho juíza
Em seu despacho, a magistrada decidiu dar vista ao MP para manifestação e destacou que precisa fazer uma análise perfuntória do caso.
“Confesso que sequer me recordo de cabeça a fundamentação dessa prisão, se houve outras razões ou somente essas aduzidas pela defesa. Por isso vou fazer uma análise melhor”, finalizou.
