Lucielly Melo
Após o coronel Evandro Lesco comunicar falhas técnicas em sua tornozeleira eletrônica, o juiz Murilo Mesquita, da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, advertiu o militar para evitar novas violações no aparelho.
Lesco é um militares envolvidos no caso dos grampos ilegais ocorridos no estado, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.
Quando o suposto esquema veio à tona, ele chegou a ser preso, teve a prisão convertida para a domiciliar e agora cumpre medidas cautelares, sendo uma delas, o uso da tornozeleira eletrônica.
Ao verificar que o equipamento estaria com problemas técnicos, como “bateria baixa”, ele comunicou o juiz e solicitou providências para solucionar os erros.
A informação chegou à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sedudh), que corrigiu a falha e identificou outras violações cometidas pelo coronel.
Após ter ciência do ocorrido, o juiz acolheu a justificativa do militar por considerar que ele antecipou e comunicou o problema ocorrido.
Contudo, o magistrado lembrou que o réu pode ser punido, caso novas violações sejam registradas.
“Com efeito, tendo em vista que o réu se antecipou e comunicou o problema na recarga da bateria da tornozeleira eletrônica, protocolando pedido de providências inclusive em sede de plantão judiciário, acolho a justificativa apresentada pela defesa do acusado, pois, conforme apontado no ofício de fl. 27, o fundamento é idôneo para justificar a falta”.
“Outrossim, cientifique-se o réu acerca da necessidade do estrito cumprimento das medidas cautelares impostas, advertindo-o para que as violações registradas no relatório de fls. 28/31 não mais ocorram”.
Coincidência
O cabo da PM, Gerson Correa Júnior, que também é acusado de participar do esquema dos grampos, também relatou problemas em sua tornozeleira eletrônica.
Segundo informado ao juiz, o equipamento apresentou falhas e precisou ser substituído por outro.
Entenda o caso
Além de Evandro Lesco e Gerson, são investigados no caso da Grampolândia os coronéis Zaqueu Baborsa e Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista. Todos são acusados de terem participado do esquema criminoso que interceptou clandestinamente médicos, juízes, advogados e um jornalista.
Na Justiça, eles respondem por ação militar ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação.
O juízo da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, onde tramita a ação, já realizou oitivas com os réus e testemunhas e, agora, o processo já está na fase final para que seja proferida a sentença do caso.