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Administrativo Terça-feira, 14 de Maio de 2024, 08:47 - A | A

14 de Maio de 2024, 08h:47 - A | A

Administrativo / RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR

CNJ exige provas do MP contra juiz que teria atuado de forma suspeita no caso Zampieri

Como o caso envolve investigação criminal, o ministro também determinou o sigilo dos autos

Lucielly Melo



O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, exigiu provas do Ministério Público do Estado quanto à denúncia feita contra o juiz Wladymir Perri, que teria atuado de forma irregular na condução do inquérito que apurou o assassinato do advogado Roberto Zampieri.

E por envolver investigação criminal, Salomão determinou, ainda, o sigilo da Reclamação Disciplinar instaurada contra Perri. A decisão é do último dia 10.

O Ministério Público protocolou uma Reclamação contra Waldymir Perri, relatando possíveis irregularidades na conduta do magistrado, em atuação na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, quanto ao caso Zampieri, que foi morto a tiros, na Capital, em dezembro de 2023.

O órgão ministerial alegou que o juiz teria feito críticas quanto ao parecer, que havia solicitado que não fosse concedido acesso ilimitado dos dados colhidos do celular da vítima por serem personalíssimos e ainda pendente de conclusão de análise. O juiz deferiu acesso total do aparelho telefônico e depois decretou sigilo do processo.

Outra situação suspeita, segundo o MPE, foi que Perri autorizou, sem qualquer requerimento das partes ou que alguém pudesse acompanhar, o deslacre dos envelopes que continham HD com os dados celulares e a agenda da vítima.

Também foi informado que o juiz determinou que a Delegacia de Polícia protocolasse os materiais, inclusive relatórios técnicos, exclusivamente na Secretaria da Vara, de forma física.

Para o corregedor, os fatos relatados “revelam gravidade, porém entendo pela necessidade da juntada de mais elementos comprobatórios dos fatos”. Por isso determinou que o MPE apresente, em 15 dias, mais provas das informações alegadas.

“Desta feita, ante o teor dos fatos investigados, a envolver investigação criminal em andamento que pode restar frustrada com a publicidade de certas informações contidas nos autos, defiro o pedido a este teor formulado. Insira-se sigilo no presente feito”, também ordenou o ministro.

O corregedor teve ciência de que Perri foi removido da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Desta forma, mandou que o magistrado que atualmente exerce as atividades jurisdicionais da vara se manifeste também no CNJ em relação à denúncia feita pelo MPE e informe se já proferiu alguma decisão nos autos do inquérito sobre a morte de Zampieri.

O crime

Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na Capital. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor, que fez diversos disparos de arma de fogo.

Três pessoas permanecem presas e já viraram réus pelo homicídio do advogado: Antônio Gomes da Silva (o executor), Hedilerson Fialho Martins Barbosa (o suspeito de ser o intermediário) e o coronel reformado do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas (que teria financiado o crime).

O fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo e sua esposa, Elenice Ballarotti Laurindo, considerados os mandantes do crime, chegaram a ser presos, mas conseguiram liberdade, mediante cumprimento de medidas cautelares.

A suspeita é de que o crime teria sido cometido por conflito envolvendo disputa de terra no interior de Mato Grosso.

VEJA ABAIXO A DECISÃO:

Anexos