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Penal Sábado, 03 de Agosto de 2019, 08:00 - A | A

03 de Agosto de 2019, 08h:00 - A | A

Penal / EM SETEMBRO

Bombeiros e perito vão depor à favor de tenente acusada de torturar aluno

As testemunhas que foram arroladas pela defesa são os bombeiros major Danilo Cavalcante Coelho e o tenente Janisley Teodoro Silva, além do perito criminal Dionísio José Bochese Andreoni, que atestou a morte de Rodrigo

Lucielly Melo



O juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada da Justiça Militar, decidiu reagendar para o dia 16 de setembro deste ano, a audiência de instrução em que ouvirá as testemunhas que irão depor à favor da tenente do Corpo de Bombeiros, Isadora Ledur.

Ela é acusada de torturar o aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, que morreu após participar de uma série de afogamentos durante treinamento sob sua condução.

As testemunhas que foram arroladas pela defesa são os bombeiros major Danilo Cavalcante Coelho e o tenente Janisley Teodoro Silva, além do perito criminal Dionísio José Bochese Andreoni, que atestou a morte de Rodrigo.

Eles seriam ouvidos na próxima segunda-feira (5), mas o magistrado cancelou o ato jurisdicional e remarcou a nova data.

“Considerando que este magistrado está respondendo cumulativamente, pela 11ª Vara Criminal e 10ª Vara Criminal, bem como diante da necessidade de realizar audiências de réus presos agendados para o dia 05/08/2019, cancelo a sessão designada na (ref. 179) e redesigno sessão de instrução para o dia 16 de setembro de 2019, ÀS 13H30MIN, visando a inquirição das testemunhas MAJ BM Danilo Cavalcante Coelho, Dionísio José Bochese Andreoni e 1º TEN. BM Janisley Teodoro Silva”, diz trecho do despacho do magistrado.

Faleiros ainda precisa interrogar a ré, mas ainda não remarcou a oitiva.

O caso

Após passar por uma série de afogamentos durante treinamento conduzido por Izadora Ledur, na lagoa Trevisan, em Cuiabá, Rodrigo Patrício Lima Claro passou mal e chegou a ser levado ao hospital.

Ele ficou internado por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas faleceu em 15 de novembro de 2016.

Testemunhas relataram que o aluno estava sendo submetido a diversas torturas e que chegou a reclamar de dores de cabeça e cansaço.

A tenente foi afastada da corporação logo após a morte do jovem. Ela chegou a utilizar tornozeleira eletrônica, mas em outubro de 2017, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso atendeu o pedido de defesa da militar e mandou retirar o monitoramento.

Inicialmente, ela respondia o processo na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, mas a competência do caso foi declinada para 11ª Vara da Justiça Militar, onde é julgada por um juiz e pelo Conselho Especial, formado por cinco juízes militares.

VEJA O DESPACHO DO JUIZ ABAIXO:

VISTOS.

De início, DETERMINO o CANCELAMENTO da Sessão de Instrução designada para o dia 30.04.2019.

MANTENHO a Sessão de Instrução designada para o dia 05 DE AGOSTO DE 2019, ÀS 14H00, visando a inquirição da testemunha MAJ BM Danilo Cavalcante Coelho, Dionísio José Bochese Andreoni e 1º TEN. BM Janisley Teodoro Silva.

Saliento que o interrogatório da ré será designado em momento processual oportuno.

DEFIRO a juntada dos questionamentos a serem respondidos pelo Perito Dionísio José Bochese Andreoni, formulados pela Defesa (Ref.: 182).

Considerando que o Assistente da Acusação manifestou o desejo de formular questionamentos para serem respondidos pelo Perito (Ref.: 178), FIXO o prazo de 03 (três) dias para apresentar os referidos questionamentos.

Decorrido o prazo, certifique-se e expeça-se mandado constando os quesitos formulados pela Defesa, Assistência de Acusação e do Juízo (Ref.: 179) ao Perito Dionísio José Bochese Andreoni, para serem respondidos na Sessão de Instrução designada.

Expeça-se o necessário para a realização da sessão. Às providências.