Lucielly Melo
Decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deflagrou a Operação Sisamnes nesta terça-feira (26), determinou um novo afastamento dos desembargadores Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho, que terão de usar tornozeleira eletrônica.
Os magistrados são suspeitos de negociarem decisões judiciais num suposto esquema do advogado assassinado Roberto Zampieri.
Ainda segundo a decisão, Sebastião e João Ferreira estão proibidos de frequentarem o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), serão alvos de um bloqueio de R$ 500 mil e não poderão sair do país sem autorização judicial.
Os desembargadores – que já estavam afastados da função desde agosto passado por decisão do Conselho Nacional de Justiça – tiveram a residência e gabinetes vasculhados pela Polícia Federal nesta terça-feira.
A operação foi desencadeada para apurar os crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional, cuja apuração iniciou após a morte do advogado Roberto Zampieri.
As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.
De acordo com as apurações, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.
Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
Outros alvos
Na mesma decisão, o ministro determinou o monitoramento eletrônico dos também investigados: Valdoir Slapak, Flaviano Kleber Taques Figueiredo, Andreson de Oliveira Gonçalves, Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, Haroldo Augusto Filho, Mauro Thadeu Prado de Moraes, Rodrigo Vechiato da Silveira e Rafael Macedo Martins.
Estes também sofreram as outras cautelares impostas contra os desembargadores.