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Penal Sexta-feira, 08 de Novembro de 2019, 14:06 - A | A

08 de Novembro de 2019, 14h:06 - A | A

Penal / APÓS SENTENÇA DA GRAMPOLÂNDIA

Juiz militar cobra julgamento dos primos Taques e de promotores envolvidos em escutas

O coronel Valdemir Benedito Barbosa, que compôs o Conselho Especial da Justiça Militar, espera que as demais pessoas envolvidas no escândalo sejam também penalizadas

Lucielly Melo



Um dos responsáveis por definir a sentença dos cinco oficiais envolvidos no esquema da Grampolândia Pantaneira, o juiz militar, coronel Valdemir Benedito Barbosa, cobrou a responsabilização dos demais envolvidos, como o ex-governador Pedro Taques e seu primo e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, membros da Polícia Civil e do Ministério Público.

“A Justiça Militar é célere, rápida e o julgamento aqui já aconteceu. Quero ver se terá julgamento do ex-governador Pedro Taques e quem vai julgá-lo, quero ver se vai ter julgamento do ex-secretário Paulo Taques, financiador do Programa Sentinela e quem vai julgá-lo, se vai ser OAB, o MPE...”, disse após o fim do julgamento, nesta quinta-feira (7).

“Nossa parte da Polícia Militar já fizemos, tem outras pessoas que fizeram barriga de aluguel, como promotores públicos, delegados... Quem vai julgá-los? Quero ver as demais instituições e quero que a sociedade também cobre”.

Ele admitiu que o escândalo atingiu a imagem da Polícia Miliar, “que não ficou só em Mato Grosso, mas no Brasil”.

“Quando se fala em Grampolândia fala da Polícia Militar e não fala do MP e de outros órgãos, então estamos no prejuízo por enquanto, mas espero que a justiça seja feita a todos os culpados”, afirmou.

Valdemir falou sobre a responsabilidade do Conselho Especial, que é formado por coronéis, em julgar um colega de farda, uma vez que haviam críticas de que eles poderiam isentar Zaqueu Barbosa e “ que a corda arrebentaria no lado mais fraco”, ou seja, no cabo Gerson Luiz Corrêa Júnior.

“Na opinião pública soava que por ser um conselho composto por coronéis que a corda iria arrebentar no lado mais fraco, no caso o cabo Gerson. Fiz de tudo nesse processo para fazer com que a verdade real dos fatos viesse à tona e ela veio através do cabo Gerson”.

“Infelizmente, nosso colega Zaqueu não trouxe a verdade para aos autos e por isso a condenação de 8 anos em semiaberto”, lamentou.

Perda de patente e salário

Ele também se pronunciou sobre a perda de patente de Zaqueu, uma das punições aplicadas na sentença. Segundo o juiz militar, se isso ocorrer, o coronel condenado não ficará sem receber sua remuneração, visto que já possui 30 anos de contribuição e possui esse direito.

“Nos coronéis do conselho temos mais de 30 anos de contribuição e ele também contribuiu. Se houver a perda da patente de coronel pelo TJ, não perde o salário devido ao tempo de contribuição”.

Resultado do julgamento

Após dois dias de audiência de julgamento, o Conselho Especial junto com o juiz Marcos Faleiros decidiram por condenar Zaqueu Barbosa a 8 anos de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de falsidade ideológica e falsificação de documento.

Também sentaram no banco dos réus o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, que foi perdoado por confessar a prática ilícita e trazer detalhes sobre o esquema, além dos coronéis Ronelson Barros e Evandro Lesco e do tenente-coronel Januário Batista, que foram inocentados.