facebook instagram
Cuiabá, 27 de Julho de 2024
logo
27 de Julho de 2024

Penal Segunda-feira, 17 de Junho de 2019, 11:44 - A | A

17 de Junho de 2019, 11h:44 - A | A

Penal / JOGO DO BICHO

MP denuncia Arcanjo, delator da Sodoma e outras 31 pessoas

O MPE apontou crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho e lavagem de dinheiro

Da Redação



O Ministério Público do Estado (MPE) ofereceu duas denúncias relacionadas à Operação Mantus. A primeira contra integrantes da organização Colibri e a segunda contra a ELLO/FMC. Ao todo, 33 pessoas foram denunciadas.

Conforme o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), os dois grupos disputam espaço desde 2017.

Na primeira denúncia, 14 pessoas, entre elas João Arcanjo Ribeiro e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues vão responder pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho, extorsão, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Além dos dois, apontados como líderes da organização Colibri, também foram denunciados Noroel Braz da Costa Filho, Mariano Oliveira da Silva, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Agnaldo Gomes de Azevedo, Paulo César Martins, Breno César Martins, Bruno César Aristides Martins, Augusto Matias Cruz, José Carlos de Freitas, vulgo “Freitas” e Valcenir Nunes Inerio, conhecido como “Bateco”.

Já a segunda denúncia, referente à organização ELLO/FMC, abrange 19 pessoas e tem como líder Frederico Müller Coutinho e como gerente-geral Dennis Rodrigues Vasconcelos. Coutinho é delator no processo desencadeado a partir da operação Sodoma e também é empresário tradicional na região de Cuiabá, onde explora atividades de cobrança e seguro.

Foram denunciados ainda Indinéia Moraes Silva, Kátia Mara Ferreira Dorileo, Madeleinne Geremias de Barros, Glaison Roberto Almeida da Cruz, Werechi Maganha dos Santos, Edson Nobuo Yabumoto, Laender dos Santos Andrade, Patrícia Moreira Santana, Bruno Almeida dos Reis, Alexsandro Correia, Rosalvo Ramos de Oliveira, Eduardo Coutinho Gomes, Marcelo Conceição Pereira, Haroldo Clementino Souza, João Henrique Sales de Souza, Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos e Adrielli Marques.

Pesam contra integrantes da ELLO/FMC, a prática dos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho e lavagem de dinheiro.

Em ambas as organizações, conforme o Gaeco, havia estruturação de forma ordenada, com níveis de hierarquia entre seus integrantes e tarefas denominadas para cada agente. O acervo de provas colhido durante as investigações foi composto por interceptações telefônicas, afastamento de sigilo bancário, análise de dados em aparelhos celulares apreendidos, prova documental, interrogatórios, relatórios técnicos e documentos extraídos de outras investigações e processos judiciais.

“Considerando a complexidade dos fatos, bem como o número de acusados, inclusive presos, visando o bom desenvolvimento da instrução processual, o Ministério Público optou, com fundamento no art. 80, CPP, por oferecer denúncias separadas em relação a cada organização criminosa”, destacaram os promotores de justiça que assinaram as duas denúncias.

Operação Mantus

A Operação Mantus foi deflagrada no último dia 29, quando levou à prisão o comendador João Arcanjo Ribeiro, seu genro Giovanni Zem Rodrigues e o delator da Sodoma, Frederico Muller Coutinho, por suposto envolvimento no jogo do bicho em Mato Grosso.

Na ocasião, o Gaeco cumpriu, ao todo, 63 ordens judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Foram decretados ainda os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

Durante as apurações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

Também foram identificadas remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. (Com informações da Assessoria do MPE)