Da Redação
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (5), a Operação Kitsune para desarticular esquema criminoso que causou fraudes e desvios de recursos públicos no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kayapó, em Mato Grosso.
A ação cumpre sete mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas nas cidades de Colíder e Peixoto de Azevedo, bem como a prisão preventiva de um investigado, a suspensão da função pública de um agente público e o sequestro de bens, valores e imóveis dos envolvidos.
As investigações identificaram fraude na licitação promovida para aquisição de refeições para os indígenas; pagamentos sem cobertura contratual; superfaturamento nas quantidades e adulteração nos controles das refeições servidas; condições precárias de armazenamento dos alimentos; cozinhas inadequadas e falta de refeitório para atender os pacientes acomodados nas CASAIs dos municípios de Colíder e de Peixoto de Azevedo.
A apuração evidenciou repasse de dinheiro pela empresa contratada para servidores do DSEI Kayapó, da Fundação Nacional do Índio (Funai) – inclusive lideranças indígenas – e da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), entidade responsável pela disponibilização de profissionais das Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena (EMSI).
Também foi constatado um volume elevado de transações bancárias que não permitem a identificação do destinatário do dinheiro, a exemplo de saques ou cheques pagos diretamente na agência.
Até o momento, os desvios ocasionaram prejuízo potencial de aproximadamente R$ 2,5 milhões de um montante de R$ 5 milhões em despesas fiscalizadas.
A Operação Kitsune faz referência à palavra japonesa para raposa. De acordo com o folclore japonês, o ser teria a habilidade de assumir a forma humana. Algumas histórias falam que as kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas. (Com informações da Assessoria da CGU)