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Cuiabá, 28 de Abril de 2025

Advocacia Sábado, 26 de Abril de 2025, 07:00 - A | A

Sábado, 26 de Abril de 2025, 07h:00 - A | A

PEJOTIZAÇÃO

OAB-MT manifesta preocupação com decisão que suspendeu processos

Segundo a OAB-MT, a decisão representa mais um passo no esvaziamento da Justiça do Trabalho

Da Redação

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) manifestou, por meio de nota técnica, preocupação com os impactos da decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu em todo o país os processos que tratam da chamada “pejotização”.

Segundo a OAB-MT, a decisão representa mais um passo no esvaziamento da Justiça do Trabalho.

A nota, assinada pela presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, e a Comissão de Direito do Trabalho da Seccional, destaca que ao tratar como cíveis relações que decorrem de vínculos de trabalho, “desconsidera-se a pluralidade de formas laborais reconhecida constitucionalmente”.

“Naturalmente, é preciso reconhecer a relevância da liberdade econômica, porém, esta deve conviver com os valores sociais do trabalho e da dignidade da pessoa humana, sem justificar práticas que conduzam à precarização contratual”, pontuou a presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-MT, Roberta Vieira Borges.

De acordo com a manifestação da OAB-MT e sua Comissão de Direito do Trabalho, a pejotização irrestrita compromete direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal e a CLT; a eficácia das convenções coletivas e a representatividade sindical; além da arrecadação e a sustentabilidade da Previdência Social, pois reduz os vínculos formais e a base contributiva.

“A OAB-MT reafirma seu compromisso com os valores consagrados na Constituição Federal, especialmente a dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho e a livre iniciativa em equilíbrio sistêmico. Diante disso, apela ao Supremo Tribunal Federal por uma decisão ponderada, comprometida com os princípios do Direito do Trabalho e com os direitos fundamentais dos trabalhadores, que restabeleça o equilíbrio institucional, assegure o acesso à justiça e preserve a coerência entre os preceitos constitucionais sociais e os econômicos”, diz outro trecho da nota.

A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, frisou que a Justiça do Trabalho é um patrimônio democrático da sociedade brasileira, que não atua em defesa de interesses corporativos, tampouco motivada por ideologias.

“Sua existência justifica-se na missão de promover a justiça social no mundo do trabalho, reconhecendo e reparando desigualdades historicamente arraigadas. Fragilizar a Justiça do Trabalho é comprometer o próprio projeto constitucional de justiça social”. (Com informações da Assessoria da OAB-MT)