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Cível Quarta-feira, 04 de Maio de 2022, 14:43 - A | A

04 de Maio de 2022, 14h:43 - A | A

Cível / A PEDIDO DA DEFENSORIA

Decisão garante cirurgia para correção de crânio em bebê

A decisão foi proferida no dia 17 de março, mas só foi cumprida no último dia 28, devido a problemas no sistema público de saúde, como a falta de equipamentos

Da Redação



A Justiça garantiu a um bebê de 1 ano e um mês de vida o direito de realizar uma cirurgia de correção do quadro clínico de craniossinostose, uma deformidade no crânio que pode levar à morte ou a sequelas irreversíveis, no Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá.

No dia 15 de março, a defensora pública Lindalva de Fátima Ramos ingressou com uma ação de obrigação de fazer, com pedido de tutela de urgência, solicitando que o Município e o Estado efetuassem o procedimento.

A defensora citou, na ação, a importância da realização da cirurgia de remodelamento craniano o mais rapidamente possível para evitar complicações no desenvolvimento psicomotor da criança.

“Quando realizada em pacientes mais jovens, a cirurgia tem mais chances de apresentar resultados satisfatórios. O primeiro ano de vida é o mais recomendado para se realizar a cirurgia, já que tem mais chances de sucesso e recuperação por conta do rápido crescimento do cérebro nesse momento da vida”, diz trecho da ação.

A tese foi corroborada pelo parecer do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NAT-Jus): “Habitualmente estes casos não são considerados urgentes e podem ser programados, porém foi comprovado uma espera maior que seis meses e a criança já completou um ano e passa a correr risco de perda de oportunidade do tratamento adequado devido à demora com possíveis sequelas. Recomendamos que seja providenciado com brevidade”.

Diante disso, o juiz Jean Paulo Leão Rufino deferiu o pedido, no dia 17 de março, determinando que o procedimento de craniossinostose fosse realizado no prazo de cinco dias, “promovendo a transferência da paciente para uma unidade de saúde com equipe neurocirúrgica, com avaliação clínica, além de todos os exames e tratamentos que se fizerem necessários, inclusive intervenção cirúrgica, ainda que mediante custeio de vaga em unidade hospitalar da rede privada”.

Mesmo com a decisão judicial, devido a problemas no sistema público de saúde, como falta de equipamentos, a cirurgia só foi realizada no último dia 28.

Craniossinostose

Quando o bebê nasce, o crânio é feito de vários pedaços separados de ossos. Com o tempo, esses ossos se juntam para formar o crânio maduro. Com a craniossinostose, os ossos se fundem antecipadamente – geralmente, antes do bebê nascer – ao invés de juntar-se com o tempo.

O tratamento da craniossinostose normalmente é cirúrgico e tem como escopo principal corrigir a distorção craniana e evitar a progressão e deformidade craniofacial, impedindo eventuais danos futuros. (Com informações da Assessoria da Defensoria Pública)