Lucielly Melo
O ex-deputado estadual, Dilceu Dal Bosco, ofereceu imóveis no lugar do bloqueio de R$ 22,4 milhões que recaiu sob seus bens numa ação que responde por receber suposta propina, conhecida como “mensalinho”.
A informação consta num despacho divulgado nesta terça-feira (9) pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular.
Antes de analisar o pedido, o magistrado mandou o ex-parlamentar apresentar, em 15 dias, documentos que comprovem ser ele o proprietário dos imóveis apresentados.
“Intimese o requerido Dilceu Antônio Dal Bosco para que, no prazo de 15 (quinze) dias, comprove a propriedade dos imóveis ofertados em caução, mediante a juntada de matrícula atualizada, tendo em vista que os documentos que acompanharam a petição (...) não são hábeis a tal desiderato”, diz trecho do despacho.
O processo tramita em segredo de Justiça.
O caso
Dilceu Dal Bosco foi alvo do decreto de indisponibilidade de bens no ano passado, após ser alvo da ação por improbidade administrativa, de autoria do Ministério Público, que apontou a participação dele num esquema de pagamento de propina a deputados estaduais.
A ação tem como base as delações premiadas do ex-governador Silval Barbosa e do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva.
Segundo o MPE, o esquema funcionava para que os deputados beneficiados com o “mensalinho” pudesse manter a governabilidade de Silval.
Conforme o MPE, os valores foram recebidos por Dilceu entre os anos de 2003 e 2011 e ultrapassam a R$ 4,1 milhões. Contudo, hoje, este valor chega a R$ 22,4 milhões, que foi o montante requerido pelo MPE a título de bloqueio.