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Cível Quarta-feira, 29 de Maio de 2024, 08:41 - A | A

29 de Maio de 2024, 08h:41 - A | A

Cível / ESCÂNDALO DOS MAQUINÁRIOS

Juiz homologa mais um acordo e extingue ação contra empresa por R$ 1,1 mi

Para o magistrado, o ANPC servirá como importante instrumento na restituição rápida ao erário

Lucielly Melo



Mais uma empresa envolvida no “Escândalo dos Maquinários” celebrou Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) no processo que apura um suposto rombo milionário no erário. Desta vez, o juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletivas, encerrou a demanda em favor da Tork Sul Comércio de Peças e Máquinas Ltda, que pagará R$ 1.180.698,09 pela extinção da causa.

A decisão foi publicada nesta quarta-feira (29), no Diário da Justiça Eletrônico.

Consta nos autos, que a Tork Sul teria sido responsável pelo superfaturamento de R$ 147.140,00 em três lotes do pregão da Secretaria de Estado de Administração (SAD), em 2009, para a compra de maquinários. O acordo, que foi celebrado com o Ministério Público, prevê o ressarcimento deste valor, que atualizado chega a R$ 787.132,06, além da multa civil, que é de R$ 393.566,03.

Como nos outros casos, o magistrado defendeu a transação cível, por acreditar ser um instrumento que atuará na rápida concretização do interesse público.

“Com efeito, in casu, o acordo promove a responsabilização de agentes que, em tese, cometeram ato ímprobo, com aplicação imediata de sanção proporcional e suficiente para a repressão e prevenção, assegurando, ao mesmo tempo, o ressarcimento ao erário antes mesmo de alcançada a condenação dos referidos agentes e efetivada a apuração exata do dano ao erário”.

“Não há dúvidas de que a realização de acordo de não persecução cível promove a restituição aos cofres públicos de forma mais célere e eficiente, principalmente porque há risco de que, ao final do processo, possa não mais existir patrimônio suficiente para promover o ressarcimento”, ainda destacou o juiz.

Desta forma, por não identificar nenhum vício na negociação, o magistrado homologou o ANPC, determinando o arquivamento dos autos em relação à Tork Sul.

Este é o terceiro acordo homologado no processo. A Auto Sueco Centro-Oeste – Concessionária de Veículos Ltda e a Mônaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda também fizeram a transação cível, se comprometendo a pagarem, respectivamente, R$ 6.786.915,10 e R$ 5.128.718,28 milhões ao erário.

Escândalo dos Maquinários

O caso começou a ser investigado após o então governador Blairo Maggi receber, em fevereiro de 2010, uma denúncia de suposto superfaturamento na aquisição dos maquinários. Na época, ele solicitou que a Auditoria-Geral do Estado apurasse os fatos. Logo depois, a auditoria apontou um rombo de R$ 44 milhões.

No relatório final, ficou comprovado que R$ 20,585 milhões estão relacionados a sobrepreço na compra dos maquinários e que R$ 23,899 milhões foram superfaturados, somente na compra dos 376 caminhões basculantes.

O caso foi parar no Ministério Público Estadual e a então promotora Ana Cristina Bardusco, relatou a ocorrência, em tese, de crimes de fraude à licitação e peculato, por parte dos responsáveis pelos pregões, que são realizados pela Secretaria de Administração.

Diante dos fatos, Bardusco solicitou à Delegacia Fazendária a abertura de inquérito policial para investigar as denúncias.

Há ações cíveis e criminais que tramitam na Justiça Estadual e Federal.

VEJA ABAIXO A DECISÃO: