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Cível Sexta-feira, 04 de Março de 2022, 08:23 - A | A

04 de Março de 2022, 08h:23 - A | A

Cível / PAUTA CONCENTRADA

Projeto busca fim das audiências que não resultam em acordo

O projeto busca agendar a audiência de conciliação e dá um tempo adequado para que os representantes das empresas estudem o caso e levem uma proposta para a mesa de negociação

Da Redação



O Judiciário de Mato Grosso quer pôr fim às audiências de conciliação pro forma (por pura formalidade), nas quais as partes comparecem, mas não apresentam nenhuma proposta de acordo. Para isso, foi instalado o projeto Pauta Concentrada nos Juizados Especiais de Várzea Grande, Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Cáceres.

Os Juizados Especiais de Cuiabá e Várzea Grande foram os primeiros a experimentarem a estratégia em meados de maio do ano passado. Com resultados satisfatórios, o projeto foi expandido para as três comarcas do interior no mês de outubro, totalizando 4.197 audiências de conciliação realizadas nas cinco comarcas.

A juíza Viviane Brito Rebello Isemhagen, do Juizado Especial do Jardim Glória de Várzea Grande e coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais de Cuiabá (Cejusc), idealizadora do projeto, explicou que o objetivo consiste em agendar a audiência de conciliação dos processos distribuídos em determinado mês para a última semana do mês seguinte, concentrando a pauta e dando um tempo adequado para que os representantes das empresas estudem o caso e levem uma proposta para a mesa de negociação.

Por enquanto, o projeto alcança casos que tenham as empresas Vivo/Telefônica e Energisa como parte do processo. Outra alteração garantida pelo projeto foi a obrigatoriedade da reclamada apresentar uma proposta de acordo, além de ampliar o tempo de audiência para 20 minutos.

A nova dinâmica garantiu que em todas as audiências realizadas houvesse a apresentação de pelo menos uma proposta de negociação. Com isso, registrou-se um aumento de menos de 5% para cerca de 20% de processos com acordos homologados no período.

“As empresas perceberam que a composição entre as partes é a melhor forma de se resolver a demanda. Queremos uma audiência de conciliação feita com mais técnica, com procedimentos avançados que possam ser incorporados na rotina de cada vara”, afirmou a magistrada.

Judiciário descongestionado

O advogado Filinto Corrêa da Costa Júnior, do Escritório Corrêa da Costa Advogados e Associados, que atua há 17 anos em Mato Grosso, representou uma das empresas durante as audiências de conciliação nas cinco comarcas que implantaram a “Pauta Concentrada”. Para ele, a nova estratégia trouxe benefícios para todos.

“Mas em minha opinião o maior benefício é a contribuição para descongestionar o Judiciário, e com isso dar maior celeridade na resolução dos conflitos”, avaliou.

Para o advogado, com o projeto as partes têm a oportunidade de conversarem e esclarecerem todos os pontos.

“Na grande parte das vezes acabam se entendendo e compondo, e ao mesmo tempo expondo aquele profissional que agiu sem a devida ética. Portanto, a Pauta Concentrada além de contribuir para desafogar o Judiciário, pondo fim ao litígio logo no seu início, também ajuda a tirar do mercado esses advogados que agem de má fé. Infelizmente Mato Grosso possui hoje uma péssima fama de estar exportando ações temerárias produzidas por ‘captadores’, profissionais que cometem graves faltas éticas, que pior, enganam seus clientes, deixando a maioria deles com multa por litigância de má-fé”, comentou.

Pauta Concentrada

O projeto Pauta Concentrada integra ações do Projeto Juizado por Excelência desenvolvido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso e conta com a parceria do Departamento de Apoio aos Juizados Especiais (Daje) e do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec). (Com informações da Assessoria do TJMT)