facebook instagram
Cuiabá, 22 de Julho de 2024
logo
22 de Julho de 2024

Cível Quinta-feira, 16 de Maio de 2024, 15:03 - A | A

16 de Maio de 2024, 15h:03 - A | A

Cível / É INCONSTITUCIONAL

TJ derruba pagamento de honorários sucumbenciais a assessor jurídico comissionado

O colegiado decidiu limitar o pagamento da verba apenas aos advogados concursados da Procuradoria Municipal

Lucielly Melo



O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por unanimidade, decidiu que é inconstitucional o pagamento de honorários de sucumbência a assessor jurídico em cargo de comissão, cuja verba é limitada apenas aos advogados públicos concursados.

O acórdão foi publicado nesta quinta-feira (16).

O assunto foi tratado numa Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Associação dos Procuradores Municipais de Mato Grosso (APM-MT), que questionou a Lei Municipal nº 1.665/2021, de Mirassol D’Oeste, que estendeu o pagamento dos honorários sucumbenciais ao assessor jurídico em exercício de cargo de comissão, lotados na Procuradoria Municipal.

Para a entidade, o assessor jurídico é incompatível com o exercício da advocacia pública, por isso não faz jus ao recebimento dos honorários.

Relator, o desembargador Márcio Vidal explicou que a representação judicial do Município está diretamente ligada ao conceito de advocacia pública, cujo exercício está reservado aos ocupantes de cargos de provimento efetivo: os procuradores municipais.

E, por não exercer a advocacia pública, o assessor jurídico não pode ser equiparado aos integrantes de carreira com a finalidade específica de receber honorários de sucumbência, conforme pontuou o desembargador.

“Sendo assim, não deveria o Município de Mirassol D`Oeste/MT criar o Fundo da Procuradoria do Município, objetivando destinar os honorários arrecadados para os advogados concursados do Município e ao Assessor Jurídico, haja vista que o cargo comissionado de Assessor jurídico não faz jus ao recebimento das verbas sucumbenciais, por não exercer a advocacia pública nos municípios”, pontuou o relator.

“Desse modo, é manifesto a inconstitucionalidade do ordenamento legal Municipal, pois a representação judiciária do município não pode ser feita por assessor jurídico em exercício de cargo em comissão, já que, a eles, são reservadas as atividades auxiliares, sendo vedado invadir as atribuições reservadas aos ocupantes dos cargos de Procuradores Municipais, a quem compete o exercício da advocacia pública no âmbito do ente federativo”, ainda destacou Vidal.

O desembargador votou para alterar a lei, limitando o pagamento dos honorários apenas aos advogados concursados do Município, respeitando o teto constitucional.

VEJA ABAIXO O ACÓRDÃO:

Anexos