Lucielly Melo
Por suspeita de crime falimentar, o Grupo Adcos Mato Grosso, que atua na venda de produtos de cosméticos, corre o risco de ter a falência decretada pela Justiça.
Possíveis fraudes no processo de recuperação das empresas que formam o conglomerado foram relatadas à juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, que deu 20 dias para que as devedoras expliquem, por exemplo, a venda de imóveis sem autorização judicial.
A decisão foi publicada nesta segunda-feira (15).
As empresas, que instalaram franquias da Adcos em shoppings de Cuiabá e Várzea Grande, além de lojas no interior de Mato Grosso e também em Mato Grosso do Sul, acumularam quase R$ 2 milhões em dívidas, o que as levaram a entrar em recuperação no ano de 2019.
O administrador judicial do caso relatou à magistrada uma série de irregularidades, como a falta de prestação de contas desde janeiro de 2022, o que inviabiliza a análise do atual cenário das empresas.
Apontou, também, que há indícios de que as devedoras encerraram as atividades de forma irregular, bem como deixaram de pagar a remuneração do administrador judicial e venderam os ativos, sem autorização judicial.
Diante das informações divergentes prestadas nos autos, pelas devedoras, e que as próprias empresas confessaram a alienação de ativos, a juíza que “é passível de ensejar na própria decretação da falência, caso fique demonstrado que tal alienação resultou em esvaziamento patrimonial”.
Sendo assim, Anglizey determinou que o grupo informe quais bens ainda possui, o fluxo de caixa de suas atividades, regularize a prestação das contas mensais, comprove a função social que está exercendo, informando as atividades econômicas, a quantidade de trabalhadores empregados e o estado de soerguimento em que se encontram.
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