O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) vai instalar o aplicativo Vozes Indígenas, uma ferramenta digital de tradução simultânea entre idioma indígena e português.
A criação do app consta num despacho assinado pela presidente do TRE-MT, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, e pelo o juiz auxiliar da Presidência, Aristeu Dias Batista Vilella.
O aplicativo permitirá que usuários traduzam palavras, frases, textos e até mesmo conversas em tempo real, com o objetivo de facilitar a comunicação entre os povos indígenas e os demais integrantes da sociedade, especialmente em contextos relacionados à Justiça Eleitoral.
Em sua fase inicial de testes, o Vozes Indígenas contemplará o idioma Xavante, com possibilidade de expansão para outras línguas indígenas posteriormente.
Idealizado como homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, o projeto reforça a missão da Justiça Eleitoral mato-grossense de garantir acesso igualitário à informação, conforme preceitua o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal.
Segundo o magistrado, a nova iniciativa deve contar com o apoio da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do TRE-MT ou, alternativamente, ser desenvolvida por meio de contratação externa. Também foi sugerida parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), visando à colaboração técnica para alimentação do aplicativo com vocábulos dos idiomas indígenas.
Democracia Multilíngue
Desde seu lançamento, o projeto Democracia Multilíngue promove o acesso à informação eleitoral por meio da tradução de conteúdos para diferentes línguas indígenas.
Um dos principais produtos da iniciativa é a cartilha “Democracia Multilíngue”, que foi traduzida para os idiomas Pareci, Bororo, Karib, Waurá e Xavante.
Em 2023, a iniciativa foi destaque nacional ao ser apresentada em eventos promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“A inclusão linguística é um passo fundamental para a consolidação da democracia. A proposta do aplicativo representa uma importante evolução no diálogo entre culturas e na efetivação de direitos”, destacou o juiz auxiliar Aristeu Dias Vilella.
O projeto será avaliado quanto à sua viabilidade técnica e operacional, podendo se tornar, em breve, mais um marco na trajetória do TRE-MT em prol da justiça acessível e da cidadania plena. (Com informações da Assessoria do TRE)