Após 1 ano e 3 meses detido por aplicar golpes milionários, o empresário Walter Dias Magalhães Júnior foi solto na última quinta-feira (30), depois de efetuar o pagamento da primeira parcela da fiança no valor de R$ 46.850 mil.
Ele foi detido em agosto do ano passado, durante a deflagração da Operação Castelo de Areia, que ainda teve entre os alvos a sua esposa, Shirlei Aparecida Matsuoka Arrabal e o ex-vereador de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima.
A defesa do acusado é patrocinada pelos advogados Ronildo Medeiros Júnior, Gabriel Dioz e Victor Hugo Medeiros.
Inicialmente, a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou a revogação da prisão de Walter após pagamento da fiança de R$ 6.160.000 milhões.
O empresário então apresentou uma área rural de mil hectares, localizado em Jaciara, para ser hipotecado como garantia da fiança. Porém a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, constatou diversas irregularidades no terreno e considerou a fiança como “inidônea”.
A defesa então entrou com um novo pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça, pedindo a redução da fiança para R$ 7.333,33 mil, alegando que as condições financeiras do acusado não permitia o pagamento do montante milionário. O pedido foi parcialmente aceito, tendo o TJ minorado a fiança para R$ 93.700 mil, dividido em duas vezes.
Assim que foi quitado a primeira parcela, a Justiça emitiu o alvará de soltura nesta quinta. A próxima parcela deve ser quitada até o dia 30 deste mês.
Castelo de Areia
A operação Castelo de Areia investigou crimes de estelionato praticados por uma organização criminosa que aplicava golpes milionários por intermédio das empresas American Business Coroporation Shares Brasil Ltda. e Soy Group Holdin América Ltda., ocasionando o prejuízo de mais de R$ 50 milhões.
As referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários.
Ao todo, foram denunciadas oito pessoas por constituição de organização criminosa e estelionato: Irênio Lima Fernandes, João Emanuel Moreira Lima, Lázaro Roberto Moreira Lima, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal, Marcelo de Melo Costa, Evandro José Goulart, Mauro Chen Guo Quin e Walter Dias.
“A suposta organização criminosa tem o seguinte modus operandi: inicialmente captavam pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários; em seguida acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que são sempre de valores altíssimos; firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento; e, após, solicitavam determinada quantia (sempre valores altos, proporcionais ao valor do suposto empréstimo) que, segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar “desculpas”, não empregavam os valores conforme prometido e tampouco devolviam as quantias pagas pelas vítimas”, diz um trecho da denúncia.