O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) homenageou, nesta quinta-feira (24), a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, que se despede do desembargo no próximo dia 8 de maio, quando completa 75 anos. Esta é a idade máxima para a aposentadoria compulsória no serviço público.
Em sua última participação em sessão do Tribunal Pleno, a desembargadora foi condecorada com a medalha da Ordem do Mérito Judiciário Desembargador José de Mesquita, a mais alta honraria outorgada pelo Poder Judiciário mato-grossense.
“Que esta honraria seja um símbolo da nossa profunda gratidão e reconhecimento pelo legado que Vossa Excelência deixa ao Judiciário e à sociedade mato-grossense”, disse o presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, ao outorgar a medalha.
Durante o pronunciamento de despedida, Zuquim ressaltou a trajetória conjunta e marcante da desembargadora na magistratura mato-grossense, desde o ingresso em 1985 até a ascensão ao TJMT em 2012.
“Ingressamos juntos na magistratura, tomamos posse lado a lado e desde então, trilhamos caminhos paralelos, por vezes convergentes, mas sempre movidos pelo mesmo ideal de servir à Justiça com dignidade, coragem e empatia. Nossa história de caminhada conjunta não parou por aí. Em 2012, tivemos a honra de ascender, também juntos, ao mais elevado posto da magistratura estadual, ao cargo de desembargadores”, declarou o presidente.
Para ele, o ingresso e a ascensão conjunta são um duplo marco e conferem à despedida um significado ainda mais profundo e tocante. Ele destacou que, com sua visão transformadora, a magistrada participou da digitalização de processos e modernizou o Judiciário, tornando-o mais acessível. Sua atuação firme e humana, inclusive como presidente do TRE-MT, lhe rendeu a Medalha do Mérito Eleitoral.
A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro refletiu sobre seus 40 anos dedicados à magistratura mato-grossense, marcados por uma trajetória intensa e significativa.
“A vida pública nos ensina que tudo tem seu tempo e agora é tempo de encerrar esse ciclo tão significativo da minha existência, despedindo-me da magistratura estadual com serenidade, orgulho e um coração profundamente tocado pelas homenagens tão generosas e afetuosas que recebi nos últimos dias”, falou a desembargadora, dizendo que é com um misto de alegria e saudade que se desvincula não apenas de cargos em que ocupou, mas de uma rotina “que fez parte da minha alma e que moldou quem eu sou”.
A desembargadora compartilhou os desafios enfrentados como mulher, mãe e esposa, reconhecendo a necessidade constante de conciliação e resistência entre a vida pública e familiar. Ela mencionou com orgulho a trajetória séria e honesta de seus três filhos, mesmo diante das demandas de sua carreira.
“A cada etapa, eu procurei exercer meu ofício com responsabilidade, ética, firmeza, empatia e amor pela Justiça. Foram muitas as lutas e os desafios, sobretudo por ser mulher, mãe e esposa, e sei que muitas aqui compreenderão quando digo que em tantos momentos foi preciso abrir mão, conciliar e resistir”, continuou.
Maria Aparecida disse que conciliar a vida pública e a vida familiar nunca foi simples, mas sempre foi feito com o coração inteiro. “Quando ingressei na magistratura, tinha três filhos adolescentes e todos sabem que necessitam de uma atenção maior dos pais. Graças a Deus, meus filhos trilharam um caminho sério, honesto e leal”.
Biografia
A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, natural de Santa Vitória (MG), formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Uberlândia (MG) em 1975 e ingressou na magistratura de Mato Grosso em 1985, atuando em diversas comarcas como Rondonópolis, Nova Xavantina, Itiquira, Várzea Grande e Cuiabá.
Após 27 anos na magistratura de primeiro grau, foi promovida, a desembargadora do TJMT, por merecimento, em 2012. Em sua trajetória, também foi juíza-auxiliar da presidência e da Corregedoria, vice-presidente do TJMT (2021-2022) e corregedora-geral da Justiça (2017-2018).
Presidiu a Comissão de Segurança de Magistrados, atualmente preside a Câmara Temporária de Direito Público e Coletivo e liderou a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher) de 2020 a 2024. Possui especialização em Direito Processual Civil e Mestrado em Ciência Ambiental. (Com informações da Assessoria do TJMT)