O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou o empresário Gleisy Ferreira de Souza a 39 anos de prisão, em regime fechado, por "lavar" R$ 1,6 milhão provenientes de um esquema de desvios na Câmara de Cuiabá.
A sentença foi publicada nesta quinta-feira (5) e ainda impõe o pagamento de 130 dias-multa.
Os fatos foram apurados na Operação Aprendiz. De acordo com a denúncia, Gleisy, sócio da Propel Comércio de Materiais Ltda ME, teria integrado o esquema a partir de uma licitação para fornecimento de materiais gráficos, que nunca foram entregues à Câmara.
O dinheiro supostamente desviado teria sido pulverizado pelo empresário para aquisição de objetos de ostentação em favor do ex-presidente do órgão legislativo, João Emanuel Moreira Lima, como uma Porsche, além de ter sido usado para pagar despesas da própria empresa. Os fatos ocorreram em 2013.
Na decisão, o magistrado destacou que as provas produzidas no processo, inclusive a delação premiada do ex-deputado estadual Maksuês Leite, atestaram que Gleisy praticou o crime de lavagem de capitais em 13 oportunidades.
“Demais mais, cada ato de branquear capitais adveio de desígnios autônomos porque já receberia valores dos cofres públicos sem serviços prestados e, após, pulverizava via cheques que eram imediatamente sacados”, ressaltou o juiz.
Para o magistrado, o que motivou o acusado a praticar os crimes foi “a tentativa de obter dinheiro fácil por meios ilegais e sem trabalhar dignamente, fato imanente à figura típica”.
Os bens apreendidos de Gleisy foram declarados perdidos em favor do Estado.