Empossado no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Jones Gattass Dias acredita que as redes sociais e o alcance gerado a partir dela têm estado entre os grandes desafios enfrentados pelo Judiciário.
O novo integrante da Corte Estadual defendeu o fortalecimento da imagem do Judiciário, que deve rebater às informações falsas sobre a prestação jurisdicional.
“Tais avanços não eximem o Poder Judiciário de críticas, sejam elas pertinentes, e por isso sempre saudáveis e bem vinda, ou levianas, decorrentes da má informação dos serviços prestados, especialmente em tempo de espaços assegurados em redes sociais, de se dirigir às pessoas e instituições que as representam, para exigir providências e provocar atitudes que impactam em favor da coletividade”, disse Jones ao tomar posse nesta terça-feira (25).
Conforme o magistrado, a percepção é de estar numa “dimensão incalculável”, onde a velocidade da informação faz crescer a “guerra de narrativas”.
“Torna possível que uma mesma cena vista pessoas de lados antagônicos, revele para uma um dia de sol e céu azul e para o outro um dia chuvoso e trovoadas”.
“O Poder Judiciário ainda convive com essa dificuldade em lidar com essa nova ordem do ambiente virtual, ora na posição de julgador, ora na posição institucional de se defender e se posicionar diante de provocações, experimentando o dilema na identificação entre a mera crítica e uma postura delituosa a merecer reprimenda. A sociedade precisa ter certeza que ao procurar uma solução jurídica para o conflito, sempre encontrará no judiciário a presteza e eficiência e a garantia de que o julgamento de seu pleito resultará na correta aplicação da lei. A sociedade precisa enxergar a imagem de confiança e imparcialidade do Judiciário”, completou.
Ele também destacou que a utilização da Inteligência Artificial também é desafiador, mas que o uso de recursos tecnológicos facilitam o acesso à Justiça, além de garantir mais celeridade e eficiência aos serviços prestados aos jurisdicionados.
Trajetória
Na posse, Jones ainda citou sua trajetória até chegar à mais alta Corte do Estado. Com quase 29 anos de carreira, ele ingressou na magistratura em 1996, quando passou a atuar na comarca de São Félix do Araguaia, como juiz substituto.
De lá para cá, passou por Tangará da Serra e chegou na comarca de Várzea Grande, período em que atuou nas Varas da Infância e Juventude – o que, para ele, foi um papel importante, visto que agiu como agente político transformador no papel social.
“O magistrado destinado a este encargo especial não pode jamais se limitar a atuar de dentro do gabinete. É indispensável atuar na mobilização das redes de apoio e proteção e que se inquiete a todo tempo, com as deficiências ou ausências das políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente e que tome ou exija providencia dos órgãos e poderes públicos ligados a causa”, disse.
Jones também já foi juiz auxiliar da Corregedoria e da Presidência do TJMT até que assumiu o cargo de gestor de Precatórios, antes de sua ascensão.
“Com quase 29 anos de magistratura chego ao Tribunal de Justiça conduzido e ritmo cabeceado, logrado êxito ter figurado 3 vezes nas listas preferidas de outras vagas ofertadas, vencendo dessa maneira uma disputa meritória acirrada com colegas muito capazes e honrados, o que muito me envaidece e orgulha e me alertar sobre a imensa responsabilidade que passo a assumir, além de estimular mais e mais ao comprometimento, a dedicação e ao esmero na tutela jurisdicional".