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17 de Outubro de 2024

Penal Quarta-feira, 16 de Outubro de 2024, 07:42 - A | A

16 de Outubro de 2024, 07h:42 - A | A

Penal / MATOU SETE PESSOAS

Autor de chacina é condenado a mais de 136 anos de prisão

O réu ainda terá que pagar indenização de R$ 200 mil de indenização, cujo valor será dividido entre as famílias das vítimas

Lucielly Melo



O Tribunal do Júri condenou o réu Edgar Ricardo de Oliveira a 136 anos, 3 meses e dois dias de prisão pela chacina que resultou na morte de sete pessoas em Sinop, em fevereiro de 2023.

O réu ainda terá que pagar indenização de R$ 200 mil de indenização, cujo valor será dividido entre as famílias das vítimas.

A decisão foi anunciada pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, que conduziu a audiência de julgamento que durou 13h.

Edgar Oliveira foi um dos executores do crime, que ficou conhecido como “Chacina de Sinop”, ocorrido em 21 de fevereiro de 2023. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia.

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josué Ramos Tenório, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão, que tinha 12 anos.

Após ouvir a sentença, Edgar afirmou que pretende recorrer da decisão.

O caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público, na manhã de 21 de fevereiro Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior. No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”.

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em desfavor de Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.

Para o Ministério Público, os crimes foram cometidos por motivo torpe, “impulsionado pelo sentimento de vingança em razão de perder aposta em jogo de bilhar”, e praticados por meio cruel, “tendo em vista que foram efetuados disparos de espingarda calibre 12, arma de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, e também pistola calibre .380, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, o que revela uma brutalidade fora do comum e a ausência de elementar sentimento de piedade”.