facebook instagram
Cuiabá, 05 de Fevereiro de 2025

Justiça Estadual Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2019, 10:14 - A | A

Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2019, 10h:14 - A | A

OPERAÇÃO MANTUS

Ex-comendador tenta reaver bens apreendidos pela Justiça

O pedido foi encaminhado ao juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, onde o processo tramita

Lucielly Melo

O ex-comendador João Arcanjo Ribeiro busca na Justiça reaver seus bens que foram apreendidos durante a Operação Mantus, que investigou a prática de jogo do bicho em Mato Grosso.

O pedido foi encaminhado ao juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, onde o processo tramita.

Entretanto, o requerimento ainda não foi analisado pelo magistrado, que mandou a defesa anexar o pedido em uma outra ação aberta para que “incidentes e procedimentos criminais diversos” sejam feitos. Somente após isso, o juiz analisará se libera os bens do acusado.

Augusto Matias Cruz, réu por supostamente integrar a organização criminosa liderada por Arcanjo, requereu autorização para viajar entre 14 e 30 de janeiro de 2020. Assim como o ex-comendador, Cruz também deve fazer o pedido no processo indicado pelo juiz.

“Advirto, ainda, as Defesas dos demais réus que os futuros requerimentos, tais como: análise de medidas cautelares diversas da prisão ou referente às condições impostas, bem como, restituição de bens apreendidos, deverão ser dirigidos àquele incidente”, reforçou o juiz.

Entenda mais o caso

A Operação Mantus foi deflagrada no último dia 29 de junho, quando levou à prisão o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, seu genro Giovanni Zem Rodrigues e Frederico Muller Coutinho, por suposto envolvimento no jogo do bicho em Mato Grosso.

Na ocasião, o Gaeco cumpriu, ao todo, 63 ordens judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Foram decretados ainda os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas: a Colibri, supostamente liderada por Arcanjo e a segunda, denominada ELLO/FMC, comandada por Frederico Muller. As duas comandavam o jogo do bicho em Mato Grosso e teriam movimentado em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

Durante as apurações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

Também foram identificadas remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades.

O Ministério Público ofereceu duas denúncias contra os membros das organizações criminosas.

Na primeira, 14 pessoas, entre elas João Arcanjo Ribeiro e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues vão responder pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho, extorsão, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Além dos dois também foram denunciados Noroel Braz da Costa Filho, Mariano Oliveira da Silva, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Agnaldo Gomes de Azevedo, Paulo César Martins, Breno César Martins, Bruno César Aristides Martins, Augusto Matias Cruz, José Carlos de Freitas, vulgo “Freitas” e Valcenir Nunes Inerio, conhecido como “Bateco”.

Já a segunda denúncia, referente à organização ELLO/FMC, abrange 19 pessoas. Frederico Müller Coutinho, Dennis Rodrigues Vasconcelos, Indinéia Moraes Silva, Kátia Mara Ferreira Dorileo, Madeleinne Geremias de Barros, Glaison Roberto Almeida da Cruz, Werechi Maganha dos Santos, Edson Nobuo Yabumoto, Laender dos Santos Andrade, Patrícia Moreira Santana, Bruno Almeida dos Reis, Alexsandro Correia, Rosalvo Ramos de Oliveira, Eduardo Coutinho Gomes, Marcelo Conceição Pereira, Haroldo Clementino Souza, João Henrique Sales de Souza, Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos e Adrielli Marques vão responder pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho e lavagem de dinheiro.

Todos os alvos já se encontram soltos e cumprem medidas cautelares.