Lucielly Melo
A juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, marcou para o próximo dia 27, uma audiência de instrução e julgamento referente à ação penal que investiga o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro por peculato e lavagem de dinheiro.
Trata-se de um processo que foi desmembrado de uma das ações originárias da Operação Arca de Noé, que apura desvio de R$ 3,3 milhões da Assembleia Legislativa.
Foram convocados o ex-deputado estadual, Gilmar Fabris e o juiz aposentado José Geraldo da Rocha Barros Palmeira, que vão depor a favor de Arcanjo.
A oitiva acontecerá no Fórum de Cuiabá, a partir das 16h30.
Entenda mais o caso
Segundo a denúncia, R$ 3.369.722,64 foram repassados da Assembleia Legislativa para a empresa C. P. T. ALMEIDA, de forma fraudulenta.
O Ministério Público, responsável por ajuizar a ação penal, narrou que operações da empresa com a Casa de Leis foram forjadas pelo grupo criminoso liderado pelos ex-deputados José Geraldo Riva e Humberto Melo Bosaipo, com o intuito de desviar dinheiro público.
A denúncia ainda cita que para pagar despesas pessoais ou decorrentes de campanhas eleitorais, os então deputados recorriam à Confiança Factoring, de propriedade de Arcanjo, emprestavam dinheiro e, em troca, para garantir a quitação dessas dividas, entregavam os cheques que foram emitidos em favor da C. P. T. Almeida.
“Tais cheques nominais à C. P. T. ALMEIDA, suposto fornecedor da AL/MT, eram encaminhados pelos próprios Deputados para a CONFIANÇA FACTORING e lá eram trocados por dinheiro, ou por cheques emitidos pela CONFIANÇA e nominais aos Deputados JOSE GERALDO RIVA e HUMBERTO MELO BOSAIPO ou a pessoas ou empresas indicadas pelos referidos; posteriormente os cheques emitidos contra a conta corrente da Assembleia Legislativa Estadual eram compensados ou sacados em prol da CONFIANÇA FACTORING (folhas 584/607-PGJ), fechando-se assim o círculo criminoso de desvio e apropriação indevida de dinheiro público”, diz trecho da denúncia.