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06 de Outubro de 2024

Penal Quarta-feira, 24 de Julho de 2024, 10:16 - A | A

24 de Julho de 2024, 10h:16 - A | A

Penal / FÉRIAS DE PROMOTOR

Juíza antecipa júri e autor de chacina será julgado em outubro

O promotor de Justiça que atua no caso informou que estará de férias na data em que o júri seria realizado; como não há outro membro ministerial para substituí-lo, a juíza decidiu antecipar o feito

Lucielly Melo



A sessão do Tribunal do Júri em que Edgar Ricardo de Oliveira será submetido pela morte de sete pessoas foi adiantada para 15 de outubro deste ano.

A decisão é da juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Sinop.

Inicialmente, o júri popular aconteceria em junho passado, mas a sessão foi redesignada para 5 de novembro.

Porém, o promotor de Justiça que atua no caso informou que estará de férias na referida data. Como não há outro membro ministerial para substituí-lo, a juíza decidiu antecipar o feito.

“Ante o teor do ofício, o qual informa o gozo de férias pelo Promotor de Justiça que atua neste juízo, em data outrora designada para a Sessão de Julgamento do acusado e a impossibilidade de designação de Promotor substituto para atuar no ato, em razão de incompatibilidade de agenda, antecipo a realização do ato para o dia 15/10/2024, às 08h30min”.

Entenda o caso

Edgar Oliveira é um dos autores do crime conhecido como “Chacina de Sinop”, ocorrido em 21 de fevereiro de 2023. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia.

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josué Ramos Tenório, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos).

De acordo com a denúncia do Ministério Público, na manhã de 21 de fevereiro Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior. No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”.

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em desfavor de Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.

Para o Ministério Público, os crimes foram cometidos por motivo torpe, “impulsionado pelo sentimento de vingança em razão de perder aposta em jogo de bilhar”, e praticados por meio cruel, “tendo em vista que foram efetuados disparos de espingarda calibre 12, arma de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, e também pistola calibre .380, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, o que revela uma brutalidade fora do comum e a ausência de elementar sentimento de piedade”.