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Penal Sexta-feira, 13 de Novembro de 2020, 08:24 - A | A

13 de Novembro de 2020, 08h:24 - A | A

Penal / VENDA DE SENTENÇAS

Por unanimidade, TJ mantém extinta aposentadoria de desembargador condenado

Os desembargadores mantiveram a decisão que havia negado recurso para reaver o benefício ao magistrado condenado

Lucielly Melo



O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por unanimidade, manteve a extinção do pagamento da aposentadoria do desembargador Evandro Stábile, condenado por venda de sentenças.

A decisão colegiada foi proferia em sessão realizada nesta quinta-feira (12).

Em abril deste ano, o presidente do TJ, Carlos Alberto da Rocha, obedeceu a ordem da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e decretou a perda do cargo de Stábile, que, consequentemente, também deixou de receber o valor de R$ 35.462,22 que era pago de aposentadoria.

Ele interpôs um mandado de segurança, na intenção de reaver o provento. Mas, em maio passado, o desembargador Rui Ramos, relator do caso, negou o pedido.

“Por todo o exposto, não vislumbrando, primus ictus oculi, o direito líquido e certo, indefiro a liminar pleiteada”, disse o magistrado na época.

O caso foi levado para ser analisado pelo Órgão Especial nesta quinta-feira, quando o relator reafirmou seu entendimento para que o recurso não fosse admitido pelo colegiado.

“Não há pertinência instrumental, ao meu modo de ver. E, segundo, que está julgado o próprio mérito do mandado de segurança”, disse o relator, que foi seguido pelos demais membros do órgão julgador.

Venda de decisões

As acusações vieram à tona um ano após Evandro Stábile assumir o comando do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), durante a Operação Asafe, deflagrada em maio de 2010 pela Polícia Federal. Na ocasião, ele foi acusado de chefiar um esquema de venda de sentenças.

Durante a ação, nove pessoas foram presas e foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, inclusive, na residência do próprio desembargador.

Logo após a operação, ele foi afastado do Tribunal de Justiça por determinação da ministra Nancy Andrighi e desde então ingressou com vários recursos, tanto no STJ quanto no STF, mas sem sucesso.

Em julho de 2016, o Pleno do TJ, por unanimidade, decidiu pela aplicação da aposentadoria compulsória ao desembargador.

Pelas mesmas acusações, ele foi condenado pelo STJ pelo crime de corrupção, a uma pena de seis anos de reclusão em regime inicial fechado e perda do cargo, além de 100 dias-multa.