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Cível Sábado, 14 de Novembro de 2020, 08:38 - A | A

14 de Novembro de 2020, 08h:38 - A | A

Cível / AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

STF vai decidir se anula lei que vinculou salário de procuradores da AL ao de ministros

A ADI é de autoria do procurador-geral da República, Augusto Aras, que considerou que a norma cria um gatilho de reajuste remuneratório automático, em contrariedade à Constituição e à jurisprudência consolidada do próprio Supremo

Lucielly Melo



O Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em pauta de julgamento a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que questiona a Lei Estadual nº 10.276/2015, que elevou o salário dos procuradores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso a um patamar próximo ao valor recebido pelos membros do Plenário.

A ação será julgada no próximo dia 20, em sessão virtual, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

A ADI é de autoria do procurador-geral da República, Augusto Aras. No processo, ele citou que a lei vinculou a remuneração dos procuradores do topo de carreira da ALMT a 90,25% do salário dos ministros da Corte do STF.

Para Aras, a norma cria um gatilho de reajuste remuneratório automático, em contrariedade à Constituição e à jurisprudência consolidada do próprio Supremo.

“O atrelamento remuneratório implicaria reajuste automático de uma categoria de agentes públicos sem lei específica, sempre que a categoria paradigma fosse contemplada com elevação de estipêndios”, disse Aras na ação.

Aras destacou que, diante do grave quadro de dificuldade financeira enfrentado pelo Estado de Mato Grosso, o dispositivo deve ser anulado.

“A situação é ainda mais preocupante na atual conjuntura de enfrentamento da epidemia de Covid-19, com queda substancial da arrecadação dos estados, decorrente da paralisação de setores estratégicos para a economia, e da necessidade de auxílio estatal para a população mais carente de recursos”, pontuou.