Da Redação
A Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ampliou a condenação por ato de improbidade administrativa ao ex-prefeito de Tangará da Serra (a 239km de Cuiabá), Saturnino Masson.
De acordo com o acórdão do TJ, o prazo de suspensão dos direitos políticos aumentou para cinco anos e o valor da multa para 30 vezes o valor da remuneração recebida enquanto prefeito, na época dos fatos.
A decisão colegiada atendeu o recurso de apelação do Ministério Público do Estado.
A condenação aplicada inicialmente à Sociedade Empresária Marfrig Alimentos S.A. também foi modificada. A empresa terá, agora, que arcar com o pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 7 milhões, a ser destinado à Associação Mato-Grossense de Combate ao Câncer (Hospital de Câncer de Mato Grosso) e de multa civil no importe de R$ 1.433.465,72
No mesmo acórdão, a câmara julgadora negou provimento aos recursos interpostos pelo suplente de deputado estadual Sartunino Masson, frigorífico Marfrig Alimentos S.A. e pelos servidores públicos municipais de Tangará da Serra Edirson José Oliveira e Eunice de Fátima Cavalari.
O caso
A ação civil pública foi proposta em 2012 e julgada procedente em 2017, quando os requeridos foram condenados por esquema de fraude no pagamento de servidores municipais que atuavam junto ao Serviço de Inspeção Federal e eram responsáveis pela inspeção no frigorífico.
Na ação, o MPE relatou que investigações constataram que, associada aos requeridos e sob uma falsa aparência de legalidade, a inspecionada Marfrig Alimentos S.A. custeava a folha de pagamento dos agentes fiscais do Serviço de Inspeção Federal, contratados pela administração municipal de Tangará da Serra.
“O município celebrou Termo de Cooperação Técnica com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para atender as exigências internacionais na inspeção sanitária de carnes destinadas a exportação. No entanto, fraudulentamente, quem custeava os servidores municipais de inspeção era a empresa Marfrig Alimentos S/A. Em seis anos foram repassados fraudulentamente mais de R$ 7 milhões”, narrou a ação. (Com informações da Assessoria do MPE)