O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Superendividamento de Cuiabá realizou, nesta semana, dois Círculos de Construção de Paz com 15 pessoas assistidas pela unidade.
O foco dos encontros foi trabalhar a autoestima das pessoas superendividadas e também o tema da organização financeira, fundamental para que elas consigam sair da situação de superendividamento.
Foi explicado o conceito do Círculo de Construção de Paz, como uma ferramenta da Justiça Restaurativa que constrói bons relacionamentos, estimula o diálogo e traz um convite para a reflexão.
Todos têm a oportunidade de falar, enquanto os outros têm o poder da escuta.
“Hoje em dia é mais fácil falar do outro do que de si, no círculo nós trazemos isso de falar de si”, explicou a facilitadora e gestora do Cejusc, Ildenês Rocio.
Inicialmente, é feita uma apresentação entre os participantes, depois são trabalhados valores do convívio social, na busca do melhor eu. Cada um fala do valor que mais aprecia e o que está fazendo para colaborar com esse valor.
Gratidão, empatia, humildade, fé e senso de justiça foram alguns dos valores destacados pelos participantes.
Depois, são feitos combinados, como sigilo, respeito, falar sempre de si mesmo e evitar julgamentos.
A juíza coordenadora da unidade, Hanae Yamamura de Oliveira, explica que os Círculos de Paz no Cejusc do Superendividamento desempenham um papel fundamental na humanização do tratamento dos indivíduos, promovendo um ambiente de diálogo, compreensão e busca de soluções coletivas. Esses círculos, baseados na metodologia da Justiça Restaurativa, criam um espaço seguro para que os superendividados possam expressar suas dificuldades, compartilhar experiências e, sobretudo, reconstruir sua relação com o consumo e o crédito.
“Diferente de uma abordagem puramente técnica e jurídica, os Círculos de Paz possibilitam que as pessoas endividadas percebam não apenas os aspectos financeiros do seu problema, mas também as causas emocionais, psicológicas e sociais que levaram ao superendividamento. Além disso, favorecemos a construção de acordos mais sustentáveis entre credores e devedores, garantindo soluções mais justas e viáveis, que respeitem a dignidade e os direitos fundamentais das partes envolvidas”, ressaltou.
Ao promover a corresponsabilidade e a educação financeira, ainda segundo a magistrada, esses círculos ajudam na prevenção de novas situações de individualização excessiva, estimulando a autonomia e o empoderamento dos participantes.
“Assim, os Círculos de Paz no Cejusc do Superendividamento não apenas resolvem conflitos, mas também transformam vidas, fortalecendo a cidadania e promovendo a inclusão financeira de forma ética e sustentável”, completou. (Com informações da Assessoria do TJMT)