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Cível Segunda-feira, 25 de Setembro de 2023, 14:39 - A | A

25 de Setembro de 2023, 14h:39 - A | A

Cível / ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO

Auto Sueco pagará R$ 6,7 mi para sair do processo sobre “Escândalo dos Maquinários”

A juíza Célia Regina Vidotti afirmou que a transação da empresa com o Ministério Público atendeu os requisitos legais e, por isso, decidiu pela homologação

Lucielly Melo



Em decisão publicada nesta segunda-feira (25), a juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, determinou o arquivamento do processo de improbidade administrativa que apura o “Escândalo dos Maquinários”, em relação à Auto Sueco Centro-Oeste – Concessionária de Veículos Ltda.

Em troca, a empresa pagará R$ 6.786.915,10 milhões como forma de indenizar os cofres públicos por causa do prejuízo causado com o provável esquema de superfaturamento investigado.

A obrigação consta no Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) celebrado entre a acusada e o Ministério Público.

Além do valor milionário, que será quitado em 12 vezes, a Auto Sueco se comprometeu a manter mecanismos e procedimentos internos de integridade, de auditoria e outras medidas, como o compliance.

Nos autos, o MPE destacou as vantagens do acordo, principalmente quanto à celeridade na resolução do conflito e a reparação do dano.

A magistrada decidiu homologar o acordo, tendo em vista que a transação preencheu os requisitos legais.

“Diante do exposto, não sendo verificado nenhum vício formal e constatada a voluntariedade, legalidade e regularidade, com fulcro no art. 17-B, inciso III, da Lei 8.429/92, homologo, para que surta seus jurídicos e legais efeitos, o Acordo de Não Persecução Cível firmado entre o Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Auto Sueco Centro-Oeste Concessionária de Veículos Ltda”, pontuou a magistrada.

“Por consequência, julgo extinto o processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso III, alínea “b”, do Código de Processo Civil”, decidiu.

Escândalo dos Maquinários

O caso começou a ser investigado após o então governador Blairo Maggi receber, em fevereiro de 2010, uma denúncia de suposto superfaturamento na aquisição dos maquinários. Na época, ele solicitou que a Auditoria-Geral do Estado apurasse os fatos. Logo depois, a auditoria apontou um rombo de R$ 44 milhões.

No relatório final, ficou comprovado que R$ 20,585 milhões estão relacionados a sobrepreço na compra dos maquinários e que R$ 23,899 milhões foram superfaturados, somente na compra dos 376 caminhões basculantes.

O caso foi parar no Ministério Público Estadual e a então promotora Ana Cristina Bardusco, relatou a ocorrência, em tese, de crimes de fraude à licitação e peculato, por parte dos responsáveis pelos pregões, que são realizados pela Secretaria de Administração.

Diante dos fatos, Bardusco solicitou à Delegacia Fazendária a abertura de inquérito policial para investigar as denúncias.

Há ações cíveis e criminais que tramitam na Justiça Estadual e Federal.

VEJA ABAIXO A SENTENÇA NA ÍNTEGRA:

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