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Opinião Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 15:25 - A | A

17 de Junho de 2024, 15h:25 - A | A

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Respeito e dignidade aos nossos idosos

Ainda hoje, o abuso de idosos continua sendo um tabu, subestimado e ignorado pela sociedade



Respeitar a integridade física, psíquica e incentivar a denúncia de maus tratos contra as pessoas idosas, parece algo que todos sabem e entendem a necessidade de se garantir esses “direitos” às pessoas que estão na melhor idade, mas apesar de parecer uma concepção simples e de conhecimento comum, esta é uma reivindicação que segue atual e precisa ser lembrada.

Com esse objetivo, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu em 2011, o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado no dia 15 de junho, para chamar a atenção para a existência de violações dos direitos dos idosos e divulgar formas de denunciá-las e combatê-las.

A violência contra o idoso pode ser definida como “um ato único, repetido ou a falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento em que exista uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa”. É uma questão social global que afeta a saúde e os direitos humanos de milhões de idosos em todo o mundo, e que merece a atenção da comunidade internacional.

Em muitas partes do mundo, o abuso de idosos ocorre sem que haja reconhecimento ou resposta, pois, até recentemente, era considerado um assunto particular. Ainda hoje, o abuso de idosos continua sendo um tabu, subestimado e ignorado pela sociedade. Em Várzea Grande infelizmente a história não é diferente, e acredito que o abuso de idosos é um importante problema de saúde pública e social que precisa ser combatido.

Várzea Grande hoje conta com uma população de mais de 300 mil habitantes, e de acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de envelhecimento da população é de 35,2 idosos para cada 100 crianças. E por incrível que parece, o município conta com apenas um lar de idosos, o São Vicente de Paulo, que atualmente está lotado e abriga mais de 60 idosos, e que sobrevive basicamente de doações.

Recentemente ouvi de uma pessoa, que precisava de um lugar para acolher um idoso, mas não havia encontrado nenhum local adequado para isso no município e não sabia o que ia fazer. É triste ouvir isso e saber que a pessoa que está vivendo a melhor idade precisa passar por isso. Lugares como esses são essenciais para acolher com dignidade os que mais precisam, que por muitas vezes estão sozinhos e já não conseguem realizar pequenas tarefas do dia a dia sozinhos.

A cidade precisa de uma política para acolher esse público, e essas pessoas que tanto contribuíram para o crescimento da cidade, que hoje estão esquecidas pelo executivo municipal, merecem qualidade de vida para desfrutar com dignidade e respeito o dom sagrado da vida.

Flávia Moretti é advogada