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24 de Agosto de 2024

Penal Sexta-feira, 16 de Agosto de 2024, 15:41 - A | A

16 de Agosto de 2024, 15h:41 - A | A

Penal / OPERAÇÃO RAGNATELA

Juiz mantém prisão de ex-assessor de vereador acusado de se envolver com facção

O magistrado ressaltou que a situação do acusado já havia sido reanalisada recentemente

Lucielly Melo



O juiz Jean de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou revogar a prisão preventiva do ex-assessor parlamentar, Elzyo Jardel, acusado de se envolver com a facção criminosa Comando Vermelho.

A decisão é desta quinta-feira (15).

Elzyo foi alvo da Operação Ragnatela, deflagrada em junho passado para investigar um núcleo da facção responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas. As investigações apontaram que Jardel, então assessor do vereador Paulo Henrique, teria atuado em benefício do grupo. 

A defesa pleiteou pela liberdade do acusado, mas não teve êxito.

Conforme destacou o magistrado, a situação do réu já foi analisada recentemente, quando a denúncia foi recebida.

“Diante disso, não trazendo a defesa novos elementos capazes de ensejar a alteração da situação fático processual do réu – mormente porque, apesar de alegar que os indícios existentes são frágeis, estes foram analisados e elencados na decisão anterior – (...), mantenho a prisão preventiva de Elzyo Jardel”.

Na mesma decisão, o juiz informou ter tomado ciência que o Ministério Público tem investigado o suposto envolvimento do vereador Paulo Henrique no caso.

A operação

A investigação identificou que criminosos teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá, pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas. A partir de então, o grupo passou a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeado pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promotores de eventos.

Segundo apurado, os integrantes da facção repassaram ordens para que não fosse contratado artista de São Paulo, tendo em vista ser o estado de outra facção, possivelmente, rival da que atua em Mato Grosso. Por conta dessa ordem, o artista conhecido como MC Daniel foi hostilizado durante a realização de um show em Cuiabá, em dezembro de 2023, e teve que sair escoltado do local. O integrante da facção que promoveu o show foi punido pelo grupo com a pena de ficar sem realizar shows e frequentar casas noturnas em Cuiabá, pelo período de dois anos.

Durante as investigações também foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco) apurou ainda que um parlamentar municipal atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Em continuidade à investigação, os policiais identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade.

VEJA ABAIXO A DECISÃO:

Anexos